A capacidade de resiliência em pacientes diabéticos tipo 2
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias da Saude Brasil UCPel Mestrado Profissional em Saude da Mulher, Crianca e Adolescente |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/785 |
Resumo: | O presente estudo teve por objetivo avaliar a resiliência e os fatores associados em pacientes diabéticos tipo 2 que realizaram acompanhamento em uma clínica de referência em cidade do sul do Brasil. Os pacientes que realizaram exame para avaliação de complicações em órgão alvo – o olho - foram avaliados no período de junho 2015 a outubro de 2017, em uma clínica de referência de município no sul do Brasil. Foi utilizado um questionário autoaplicado contendo questões sociodemográficas e sobre a saúde dos pacientes. A capacidade de resiliência foi avaliada pela Resilience Scale de Wagnild & Young. Ao todo 217 pacientes foram avaliados, destes 57,6% são do sexo feminino, 39,8% tinham entre 56 e 65 anos de idade, 42,4% completaram entre 8 e 11 anos de estudo, e 44,2% apresentaram nível sócio econômico A ou B. Pacientes do sexo masculino apresentaram maiores médias de resiliência (153,48 DP=13,43), quando comparadas às médias obtidas pelos pacientes do sexo feminino (145,20 DP=19,83), p = 0,001. No que se refere à idade, os pacientes com mais idade apresentaram médias na escala de resiliência mais elevadas quando comparados aos pacientes com menos idade. As médias foram: pacientes com até 55 anos obtiveram média de 144.66 (DP=21,96), entre 56 e 65 anos 149,69 (DP=15,58) e acima de 66 anos 150,80 (DP=16,25), p de linearidade = 0,054. Indivíduos que apresentam retinopatia diabética grave apresentaram médias superiores aos indivíduos com Retinopatia Diabética (RD) moderada, RD leve ou sem RD (médias respectivas: 151,87 e DP=12,47; 151,71 DP=15,91; 144,00 e DP=21,27 e 146,00e DP=20,21) p de linearidade = 0,023). No presente estudo pacientes homens, com retinopatia diabética grave, hipertensos e com idade superior a 65 anos apresentaram melhores médias de capacidade de resiliência. Diante disso, pode-se pensar que os pacientes com maiores comprometimentos tiveram que desenvolver mecanismos de adaptação à vida com condições adversas, acostumar-se às limitações impostas pelas comorbidades, tais como a baixa acuidade visual e até mesmo a cegueira. O delineamento do estudo, entretanto não nos permite fazer inferências causais, uma vez que os dados foram coletados simultaneamente, contudo, é possível pensar se a resiliência pode ser um fator que contribui para a forma como a doença irá evoluir. Talvez os pacientes mais resilientes tiveram mais facilidade em se acostumar com os prejuízos causados pelo DM e, dessa forma, acabaram por fazer um controle mais pobre, tratamento inadequado das complicações o que acabou por levar a complicações mais graves. Há muito ainda que se investigar nesse campo, esse estudo visa iniciar um debate sobre esses aspectos, refletir sobre quais fatores podem estar implicados, sendo necessário outros estudos com delineamentos que permitam uma avaliação da causalidade e com tamanhos amostrais mais robustos que possam esclarecer esses aspectos. |