Qualidade de vida, depressão e incapacidade física de pessoas com hanseníase atendidas em uma Unidade de Referência
Ano de defesa: | 2015 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem Brasil UFTM Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/278 |
Resumo: | A hanseníase é uma doença infectocontagiosa com evolução lenta e de natureza crônica, causada pelo Mycobacterium leprae, uma bactéria intracelular obrigatória, com tropismo por células cutâneas e de nervos periféricos. Sua importância é relevante quando se trata de Saúde Pública, devido à sua magnitude e seu poder incapacitante, atingindo, principalmente, pessoas em idade economicamente ativa. O impacto provocado pela doença interfere no cotidiano dos sujeitos que relacionam a hanseníase a uma ameaça constante de sofrimento, abandono, deformidades e problemas psicossociais. Esta enfermidade deve ser analisada em toda a sua amplitude e relevância, principalmente por acarretar sofrimento humano, discriminação social e prejuízos econômicos que só se agravam em caso de diagnóstico tardio e abandono de tratamento. Este estudo objetivou destacar as condições socioeconômicas/demográficas e características clínicas da doença; avaliar o nível de depressão; identificar o grau de incapacidade física; Determinar a qualidade de vida e verificar a ocorrência de correlação de depressão com alterações de qualidade de vida, presença de incapacidades físicas e as condições socioeconômicas/demográficas entre pessoas com hanseníase em tratamento atendidos em uma Unidade de Referência. Trata-se de um estudo observacional, transvesal, de aboradagem quantitativa que utilizou três instrumentos para coleta de dados: formulário estruturado que busca contemplar as informações sobre as características socioeconômicas e demográficas, características clínicas da doença e trajetória da doença, Inventário de depressão de Beck- BD e o Questionário sobre qualidade de vida – WHOQOL – bref, além da coleta de dados secundários sobre o grau de incapacidade física. Os dados foram analisados no programa estatístico SPSS 20.0. Participaram deste estudo 32 pacientes com hanseníase e em tratamento, 59,4% do sexo masculino, com média de idade de 49,28 anos, 46,9% eram pardos, 40,6% solteiros e 40,6% possuiam o ensino fundamental completo, 43,8% a renda familiar foi maior que um a três salários mínimos. A classificação operacional prevalente, com 81,3%, foi multibacilar e 37,5% dos pacientes foram avaliados com grau 1, 18,8% representaram o grupo com grau 0, 18,8% com o com grau 2 de incapacidade física. A QV dos pacientes mostraram que o domínio com maior impacto negativo foi o físico (47,10 pontos), seguido do psicológico (50,13 pontos). Ocorreu correlações para o Grau de incapacidade física 2 e os domínios físico, psicológico e relações sociais, atribuindo aos pacientes com grau 2 de incapacidade maior impacto na QV. A renda familar, situação atual relacionada a ocupação e escolaridade expressaram correlação com o grau 2. 68,7 % não apresentaram indicativo de depressão, 12,5% apresentaram disforia e 18,8% representaram o grupo com indicativo para depressão. A idade, a situação atual ocupação, grau de incapacidade apresentaram correlçaõ com o indicativo para depressão. Os resultados desta pesquisa possibilitaram conhecer melhor a população estudada e sua realidade. A hanseníase atingi homens e mulheres e a QV e o indicativo de depressão tem correlação com a idade mais avançada, com o maior grau de incapacidade, com a menor renda familar, com a escolaridade mais baixa e com a capacidade produtiva dos indivíduos, gerando limitação social expondo com impacto negativo na QV e propiciando o aparecimento de sintomas depressivos. Entende-se que através deste estudo que a avaliação dos pacientes possa ser feita de maneira rotineira e humanizada, que ocorra o diagnóstico precoce com a busca ativa de casos novos, recurso que possa ser priorizado pelas equipes multidisciplinares de sáude, com intuito de evitar as incapacidades físicas que comprometem substancialmente a qualidade de vida desta população. Ressaltamos a importância de estudos mais avançados e contínuos sobre o assunto, com a intenção do aprimoramento da atenção à saúde destes pacientes e seus familiares. |