Qualidade de vida em pacientes submetidos à prostatectomia radical

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Goulart, Débora Moura Miranda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Atenção à Saúde das Populações
BR
UFTM
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/170
Resumo: Introdução: O câncer de próstata (CaP) é entre os homens o segundo tumor maligno mais prevalente e a segunda neoplasia em causa de morte. Duas características são peculiares: a incidência aumenta com a idade e o caráter indolente na maioria dos casos. Estudos sobre o CaP são relevantes frente à elevada incidência e às altas taxas de cura quando há o diagnóstico em fases iniciais. A prostatectomia radical (PR) é o padrão ouro em tumores localizados. Como complicações cirúrgicas destacam-se, a disfunção erétil (DE) e a incontinência urinária (IU) que eventualmente comprometem a autoestima (AE), o desempenho sexual e a qualidade de vida (QV). Objetivo: Avaliar a QV dos pacientes submetidos à PR nos últimos cinco anos. Como objetivos específicos: caracterizar os pacientes e relacionar a QV com a faixa etária, tempo pós-operatório, DE, IU, AE e desempenho sexual. Procedimentos metodológicos: Trata-se de um estudo observacional, correlacional de delineamento transversal do qual participaram 81 pacientes. Foram utilizados instrumentos para caracterização sociodemográfica, clínico-cirúrgica e variáveis de interesse. Por meio do aplicativo SPSS, foi realizada análise descritiva, teste de Qui-quadrado de Pearson e os testes não-paramétricos de Mann-Whitney, Pearson e Spearman, de acordo com o teste de normalidade de Shapiro Wilk. A consistência interna das escalas foi verificada pelo alfa de Cronbach. Resultados: A média etária foi de 65,7 (D.P.=8,4). Obteve-se maior percentual de pacientes com 60 anos ou mais (77,8%), cor de pele branca (63%), casados/amasiados (80,3%), vivendo com um ou dois dependentes (54,3%), primeiro grau incompleto (84%), aposentados (75,3%) e renda mensal de um salário (54,3%). Referiram ex-tabagismo (49,4%), hipertensão arterial (53,1%), diabetes mellitus (17,8%) e cardiopatias (27,2%). Ao todo, 51,9% tinham IMC saudável e 85,2% procuraram o serviço de urologia, assintomáticos (85,2%). Prevaleceu o estadiamento T2c a T3 (74,1%), Gleason &#8804;6 (63%), PSA pré-operatório de 4,1 a 10 ng/ml (59,3%) e risco alto (76,6%). A média do tempo pós-operatório foi de 25,9 meses (6 a 48,4) com maioria realizada há mais de um ano (76,5%). A DE estava presente em 90,1% e a IU em 33,3%. A associação entre DE e grupo etário revelou que os idosos apresentaram maior DE quando comparados aos adultos (p=0,01). A AE teve média de 5,38. O QS-M revelou que 70,4% tinham desempenho de nulo a ruim. Foi observada pior AE (p=0,019) e pior desempenho sexual (p<0,001) naqueles pacientes com DE. A QV apresentou-se boa com altos índices nas escalas funcionais e na escala global de saúde, e baixos na sintomatologia. Verificou-se melhor QV nos idosos em relação aos adultos nos itens: função emocional (p=0,03), dificuldade financeira (p=0,03) e EGS (p=0,02) e naqueles com mais de um ano de cirurgia nos itens: função cognitiva e fadiga (p=0,03). Observou-se piora da insônia nos pacientes com IU (p=0,04). A correlação entre QV e AE mostrou-se forte nos itens: função social e escala global de saúde. Conclusão: As possíveis sequelas da PR podem alterar a sexualidade masculina embora não tenha sido observado grandes impactos na QV.