Funcionalidade pós-COVID agudo e crônico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: MAGALHÃES, Lucimara Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1844
Resumo: O cenário da pandemia por Covid-19 trouxe várias consequências, como a síndrome Pós-Covid, em que os pacientes que já haviam se recuperado da infecção passaram a apresentar sinais e sintomas que reduziam a funcionalidade e as vezes impediam o retorno às atividades diárias. Assim, essa condição passou a ser investigada e se tornou um problema de saúde pública, levando ao aumento da internação por exacerbação de outras morbidades já existentes ou que foram resultados do período de infecção. O objetivo deste estudo foi analisar o perfil clínico de pacientes diagnosticados com Covid-19, em fase aguda, e o perfil físico e funcional de pacientes Pós-Covid Crônico. O estudo foi dividido em três fases: revisão integrativa, retrospectiva e analítica. A primeira fase foi uma revisão integrativa da literatura sobre os acometimentos e avaliações físicas e funcionais relacionadas ao Covid-19. A segunda fase foi uma análise retrospectiva de 248 prontuários, analisando o perfil clínico dos pacientes que estiveram internados com Covid-19 entre janeiro e junho de 2020. A terceira fase analisou os perfis clínicos e funcionais de 27 pacientes que estiveram internados com Covid-19. Foi utilizado um instrumento elaborado e validado aparentemente para a segunda e terceira fases. Ainda, na última fase foram aplicados a dinamometria de preensão palmar com dinamômetro Jamar®, Short Physical Performance Battery, Teste de Sentar e Levantar, Teste de Caminhada de 6 minutos, Escala de Fadiga CIS-20-P e Medical Research Council Dyspnea. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, parecer n° 5.802.147 e autorização da Secretaria de Saúde de n° 022/2022. A revisão da integrativa mostrou que os comprometimentos físicos foram redução na capacidade para caminhada, força muscular e funcionalidade para atividades diárias. Para a segunda fase, o tempo de internação foi de 10,59 (±9,15) dias e a taxa de óbito foi de 27%. A quantidade de sintomas foi de dois a cinco, sendo os mais incidentes: tosse (55,6%), dispneia (39,9%), febre (27,8%), coriza/secreção (23,4%), astenia (20,2%), hiporexia (19%), queda da saturação (16,5%), cefaleia e mialgia (14,9%). Dos pacientes, 10,5% eram tabagistas e 36,7% eram ex-tabagistas. Entre as comorbidades mais comuns, foram apresentadas: Hipertensão Arterial Sistêmica 58,5%, Diabetes 23%, Insuficiência cardíaca 17,3%, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (12,5%) e Hipotireoidismo (12,1%). 87,9% realizou fisioterapia motora, dos quais 65,3% realizaram sedestação durante as sessões. Sobre as condutas respiratórias, 28,2% realizaram aspiração, 19% utilizaram a Ventilação Não Invasiva e 18,5% precisaram ser Intubados. Somente a Faixa Etária e Aspiração e Ventilação Mecânica apresentaram associação com o desfecho óbito, (p<0,001). No modelo de regressão, foram mantidos os mesmos resultados para as variáveis: Ventilação Mecânica e Aspiração (p<0,001). Para a terceira fase, analítica, participaram do estudo 27 pacientes, entre as comorbidades mais citadas estiveram: Hipertensão Arterial Sistêmica 55,6%, Insuficiência Cardíaca 44,4%, Diabetes 40,7%, Doença Renal 25,9% e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica 18,5%. 7,4% dos pacientes declaram ser tabagistas, sendo 18,5% ex-tabagistas. Entre os sinais e sintomas na entrada ao hospital, os mais citados foram: tosse (48,1%), coriza/secreção (37%), astenia (33,3%), dispneia (22,2%), síndrome gripal (22,2%), cefaleia, dor/ desconforto em membros inferiores e mialgia (18,5%), febre e fraqueza (14,8%) e hiporexia (11,1%). Estes pacientes passaram em média 10,59 (±9,15) dias internados. O Índice de Massa Corporal (IMC) variou de 28,79kg/m³ (±6,49) antes da internação e 27,10 kg/m³ (±5,98) após. Os pacientes realizaram em média 8,24 dias (8,92) sessões de fisioterapia. Os sinais e sintomas após a recuperação da infecção por Covid-19 foram: fraqueza muscular (48,1%), perda de memória, fadiga e dispneia (44,4%), tontura/vertigem e redução de mobilidade articular (29,6%). Os resultados físicos e funcionais foram: força de preensão palmar foram em média 20 (±14,28), no TSL 4,41 (±2,85), TC6 351,83 (±117,59), Escore SPPB 4,26 (3,39) e MRCS-D 2,96 (±0,16). Os pacientes apresentaram redução da capacidade para o TC6, atingindo apenas 67,7% do valor previsto. Na escala da fadiga, os pacientes apresentaram médias: Fadiga Subjetiva 33,92 (±12,15), Concentração 18,93 (±6,37), Motivação 16,00 (±7,68) e Atividade Física 14,00 (±5,39). Houve correlação entre a dinamometria e a dimensão Motivação da escala de fadiga (r=-0,48, p=0,012). O escore de dispneia também esteve associado ao resultado da dimensão motivação da escala de dispneia (r=0,42, p=0,03). Conclui-se que os pacientes que estiveram internados apresentaram sinais e sintomas: tosse, dispneia, febre, coriza/secreção, astenia, hiporexia, queda da saturação, mialgia e cefaleia, vômitos e síndrome gripal, fraqueza e queda do estado geral. As comorbidades foram: hipertensão arterial sistêmica, diabetes, insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica, acidente vascular encefálico e doença renal. Pacientes que estiveram em Ventilação Mecânica ou necessitaram de Aspiração apresentaram maior chance de ir a óbito. O perfil clínico e de morbidades dos que se recuperaram tende a apresentar sinais e sintomas relacionados à Covid longa/ Síndrome Pós-Covid. Além disso, foi observado comprometimento físico e funcional dos pacientes mesmo após 12 meses da alta hospitalar, devido ao Covid-19.