A matemática do ensino na nova organização curricular para a escola integrada de oito anos – o caso do IMEP e da coleção “matemática ensino do 1º grau” (São Paulo, décadas de 1960-1970)

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Santos, Thayane Andressa [UNIFESP]
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
• Palavras-chave em Português: IMEP; Livros Matemática ensino do 1º grau; Matemática do ensino; Maria Amabile Mansutti; Lydia Condé Lamparelli
• Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/63960

Neste trabalho é apresentado o resultado de uma pesquisa que teve como objetivo caracterizar a matemática produzida no âmbito da proposta para a Escola Integrada de oito anos no Instituto Municipal de Educação e Pesquisa (IMEP), sistematizadas por meio de planejamentos e dos livros didáticos “Matemática ensino do 1º grau” da 1ª, 2ª, 3ª e 4ª séries de autoria de Lydia Condé Lamparelli e Maria Amabile Mansutti. Como referências teóricas foram utilizados autores sobre a constituição da docência como Nóvoa (1989) e Hofstetter e Schneuwly (2020), sobre os saberes a ensinar e para ensinar Hofstetter, Schneuwly (2017), e Bertini, Morais e Valente (2017) sobre matemática a ensinar e matemática para ensinar. As fontes foram examinadas a partir do entendimento de matemática do ensino sistematizado por Valente (2020) e Morais, Bertini e Valente (2021). A partir do exame efetuado é possível afirmar que no IMEP funcionou um palco para a produção de uma matemática do ensino. Tal afirmativa é baseada na constatação de que para atuar na escola ali proposta, o professor passava por um curso de formação em que uma das temáticas tratadas era Psicologia genética de Piaget. O exame dos planejamentos dar visibilidade a Matemática por meio da identificação de sequências para os seis primeiros anos em que foi possível identificar em conteúdos próprios da Matemática Moderna a exemplo de conjuntos e elementos, par ordenado, propriedades das relações, relação de equivalência. Já a graduação do ensino foi estabelecida a partir dos objetivos operacionais dos planejamentos, sendo difícil dissociar da sequência. Ao examinar planejamentos e livros de autoria de Maria Amabile Mansutti e Lydia Condé Lamparelli ganhou visibilidade a relação entre a sequência, a graduação e os exercícios e problemas. As graduações do ensino estabelecidas a partir do planejamento anual do 2º ano e o “Matemática ensino do 1º grau” 2ª série produzido pelas professoras/autoras permite identificação de uma proposta que se adequa Matemática Moderna, principalmente em relação à linguagem dos conjuntos. Verifica-se a partir da estabelecida a graduação elementos que permitem associar as propriedades operatórias de Piaget alinhadas a conteúdos próprios da Matemática Moderna em relação a linguagem dos conjuntos, propriedade do elemento neutro e da comutatividade e mesmo a um rigor da linguagem a utilizar a expressão “se então”. Além da identificação de recursos que permitem trabalhar a passagem das operações concretas para as operações formais de Piaget com o uso da representação de objetos, de material dourado e de problemas. Por fim o destaque os exercícios e problemas, pois por meio deles foi possível identificar elementos de aproximação entre o planejamento do segundo ano e os exercícios e problemas do livro do segundo ano, para o caso da divisão. Pois o aluno deveria ser capaz de construir os fatos básicos da divisão através dos fatos básicos da multiplicação, a possibilidade de alcançar esse objetivo está explícita em exercícios problemas do livro uma ligação entre as propostas sistematizadas um problema sobre multiplicação seguido de um sobre divisão. Tal constatação pode ser tomada como um indicativo que o livro foi elaborado a partir de vivências das autoras como professoras da Escola Integrada de oito anos no IMEP.