As partes e o todo: Pascal, Kant e os caminhos da dialética segundo Lucien Goldmann

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Bergmann, Ricardo [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/39271
Resumo: A presente dissertação tem por objetivo central analisar as origens da dialética marxiana segundo Lucien Goldmann, pensador marxista, que de forma original defende a ideia que a referida dialética tem suas origens nas filosofias de Pascal e de Kant. Em primeiro lugar será feita uma introdução ao tema da dialética em três pensadores que no decorrer da História da Filosofia dedicaram enorme importância ao tema: Platão, Hegel e Marx. A questão da totalidade, ou processos totalizadores, bem como a metafísica e sua superação, fornecerão o pano de fundo para as análises das mesmas. Isso pavimentará o caminho para que seja abordada a origem da dialética marxiana em Pascal e em Kant. O primeiro é visto por Goldmann como aquele que critica o racionalismo individualista representado por Descartes, filósofo que constrói sua filosofia centrada na ideia do Eu. Pascal contrapõe ao Eu cartesiano o Nós, o todo, ou a relação partes e todo que se esclarecem mutuamente. Já o segundo é visto como o filósofo que leva o racionalismo individualista às últimas consequências, e mesmo não conseguindo superá-lo, traz de volta a ideia de comunidade humana, ideia perdida desde o fim da Idade Média, e que abre caminho para as Filosofias da História posteriores, principalmente a marxiana. Pascal e Kant ainda possuem mais dois pontos em comum: Em primeiro lugar a visão trágica do mundo, visão que se opõe ao racionalismo individualista, e cuja principal característica é tender para objetos suprassensíveis sem nunca atingi-los. E em segundo lugar o fragmento da aposta nos Pensamentos de Pascal, que com sua ideia de possibilidade de risco e fracasso, abre caminho para toda filosofia prática posterior, seja o imperativo categórico em Kant, seja a possibilidade da construção da sociedade comunista em Marx