NIETZSCHE E O TRÁGICO: ENTRE O NASCIMENTO E A MORTE DA TRAGÉDIA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Diego Montel Batista da lattes
Orientador(a): Julião, José Nicolao lattes
Banca de defesa: Barros, Roberto de Almeida Pereira de lattes, Carvalho, Danilo Bilate de lattes, Julião, José Nicolao lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/18229
Resumo: O presente estudo tem como objetivo apresentar, a partir de uma leitura de o Nascimento da tragédia (NT), uma leitura acerca da tragédia grega e da crítica de Nietzsche ao racionalismo socrático, bem como apresentar seus efeitos. Nesta obra, nosso filósofo apresenta o racionalismo de Sócrates como o maior responsável pela morte da arte trágica helênica e o acusa de instaurar uma tradição metafísica que ecoou em grande parte nas produções filosóficas da Europa moderna. Neste primeiro momento de seu pensamento, Nietzsche aponta, em primeiro lugar, as condições para o surgimento da tragédia, formada pela reconciliação entre dois instintos estéticos, o apolíneo e o dionisíaco. Depois, expõe o modo como a ruptura com o pensamento trágico ocorreu: como a razão, o espírito fundamentalmente otimista de Sócrates, matou a tragédia na antiga Grécia, ao desvalorizar o instinto em virtude do pensamento racional. Assim, partindo de uma reflexão da Grécia arcaica, que sempre lhe serviu de influência em sua crítica à grande tradição metafísica, Nietzsche irá buscar uma retomada dos valores artísticos, tendo como base o drama wagneriano e a dualidade conceitual schopenhaueriana da vontade e representação. Dando ênfase a essa trama, o nosso trabalho se apresenta divido em três partes fundamentais: na primeira parte, abordaremos as condições que tornaram possível a tragédia, ou seja, falaremos do seu nascimento; na segunda parte de nosso trabalho, abordaremos a morte da tragédia e a crítica de Nietzsche a Sócrates, o principal responsável por esta morte; na terceira parte, finalmente, pensaremos o renascimento (die Wiedergeburt) da tragédia representado pelo drama wagneriano, pela filosofia de Schopenhauer e pelo romantismo alemão. Sendo assim, o seu nascimento se daria com o equilíbrio da tensão entre os instintos estéticos, dionisíaco e apolíneo, que reconciliados, configuram a tragédia e sua morte se daria, então, com a racionalização da arte com o advento do pensamento socrático, dando à luz a uma metafísica racional que será colocada em questão em virtude de um (possível) renascimento vislumbrado na união da palavra e da música no drama de Wagner. Nesse sentido, Nietzsche pretende apontar os fundamentos morais da ciência e apresentar a arte como um modelo alternativo à racionalidade.