Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Zahn, Sara Neves Lima [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/70731
|
Resumo: |
O estado do Amazonas apresentou um dos cenários mais desastrosos durante a pandemia com a interiorização rápida do vírus, a falta de oxigênio, a ausência de leitos hospitalares e o número alarmante de óbitos. Os ribeirinhos, população tradicional da floresta e da água, sentiram todos esses efeitos em uma condição de vulnerabilidade, por conta de aspectos como a situação de moradia, condições sanitárias insalubres, distanciamento geográfico de serviços públicos e desafios enfrentados para garantir a sobrevivência nas várzeas e cheias dos rios. Esta pesquisa teve como objetivo compreender os efeitos da pandemia na percepção de ribeirinhos do Amazonas que foram infectados pela covid-19. Trata-se de um estudo de campo observacional descritivo de natureza qualitativa e amostragem intencional, adequada com base no critério de saturação. Participaram do estudo 12 indivíduos ribeirinhos, maiores de 18 anos, do sexo feminino e masculino, que foram infectados pela Covid-19 durante a primeira onda da pandemia. Para obtenção dos dados foram utilizados: um questionário de perfil sociodemográfico e de saúde de populações ribeirinhas durante a pandemia, o questionário do Critério de Classificação Econômica Brasil, uma entrevista semiestruturada e a observação participante registrada em um diário de campo. Para análise dos dados qualitativos foi utilizada a análise de conteúdo do tipo temática que propõe uma pré-análise, através da leitura flutuante, seleção das unidades de significado, e tratamento dos resultados, agregando os dados em núcleos temáticos e subnúcleos. Os participantes tinham idade entre 29 e 54 anos, sendo sete mulheres. A pesca e agricultura foram as ocupações relatadas pela maioria dos entrevistados. Foram identificados quatro núcleos temáticos: “Modos de vida na comunidade”, emergente das falas dos entrevistados, compõe o primeiro item dos resultados junto às características sociodemográficas dos participantes; “No meio do temporal”, que incorporou as compreensões sobre Covid-19, medidas de contenção do vírus, efeitos percebidos no corpo e impacto da pandemia sobre as escolas ribeirinhas; “Enfrentamento à Covid-19”, que envolveu a percepção do ribeirinho quanto à assistência em saúde recebida durante a pandemia, à utilização dos saberes ancestrais e elementos da floresta na tentativa de recuperação da saúde e à outras estratégias de enfrentamento utilizadas; “‘Doeu no bolso e faltou no prato’”, que fez alusão aos efeitos negativos da pandemia sobre a economia e sobre o estilo de vida ribeirinho. Os efeitos da Covid-19 apresentados pelos participantes demonstram as desigualdades sociais instaladas no cenário ribeirinho e acentuação dos problemas estruturais dos serviços públicos, alertando quanto a efetividade das políticas públicas dirigidas a esses povos. |