Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, João Victor Campos [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11600/73904
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Resumo: |
Introdução: A osteoartrite (OA) é uma doença crônica, e corresponde à forma mais comum de artropatia, sendo o joelho o sítio mais frequentemente acometido. A obesidade e a idade avançada são seus principais fatores de risco. A dor constitui seu principal sintoma, causando enorme impacto funcional aos pacientes. A infiltração intra-articular (IIA) com corticosteroides, como o hexacetonide de triancinolona (HT), tem sua efetividade comprovada, é intervenção presente em todas as recomendações de tratamento e procedimento muito realizado na prática clínica. No entanto, não existem estudos controlados que avaliem a influência da obesidade na efetividade da IIA com HT em pacientes com OA de joelho. Objetivos: Comparar, entre pacientes obesos ou não, a efetividade da IIA com HT em pacientes com OA nessa articulação quanto à melhora da dor, função, porcentagem de melhora e qualidade de vida. Material e Métodos: Foi realizado estudo de coorte prospectivo em pacientes com OA primária de joelhos captados dos ambulatórios da Disciplina de Reumatologia da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP. Os pacientes foram divididos em Grupo Obeso (média IMC 49,55 kg/m², desvio padrão 2,61) e Grupo Não Obeso (média IMC 26,36 kg/m², desvio padrão 2,61), ambos com 30 pacientes, pareados para sexo, idade, tempo de doença, uso de medicações e Classificação Radiológica de Kelgreen and Lawrence (KL). Os pacientes foram submetidos a uma única IIA com 40mg (2ml) de HT no joelho mais sintomático pelo mesmo reumatologista e submetidos à avaliação “cega” nas semanas T0 (antes da IIA), T4 e T12, segundo os seguintes instrumentos de avaliação: EVA (0-10cm) para dor ao movimento, EVA para dor ao repouso, questionário funcional WOMAC e seus 4 domínios, teste funcional Timed Up and Go (TUG), porcentagem de melhora de 20%, 50% e 70% da EVA de dor ao movimento, Questionário Genérico de Qualidade de Vida SF 36 e seus oito domínios e critério OMERECT/OARSI de melhora. Considerou-se significante uma diferença estatística de 5%. Resultados: Neste estudo foram avaliados 60 pacientes, sendo 52 mulheres, com média de idade de 67,4 (7,25) anos e tempo médio de doença de 5,25 anos. Consideraram-se de cor branca 63,3% dos pacientes, 28 (46,6%) tinham KL 1 ou 2 e 32 (53,3%) tinham KL 3. As médias de EVA de dor ao movimento e ao repouso no T0 foram, respectivamente, de 6,5 (1,55) e 5,3 (1,95) para o Grupo Obeso e de 5,7 (1,68) e 4,13 (2,06) para o Grupo Não Obeso. Em relação à variável EVA de dor ao movimento, o Grupo Obeso evoluiu com EVA 2,57 (2,9) no T12, enquanto o Grupo Não Obeso evoluiu com EVA2,07 (2,45) no T12, enquanto no repouso o Grupo Obeso evoluiu para 1,4 (2,51) e o Grupo Não Obeso para 1,3 (2,07), ambos no T12, sem diferença estatística entre eles. Não houve diferença entre a efetividade da IIA com HT para a variável EVA de dor ao movimento entre pacientes com O.A de joelhos com obesidade versus sem obesidade. Não houve diferença de efetividade da IIA com HT entre esses dois grupos de pacientes para a variável EVA de dor ao repouso, questionário funcional WOMAC, porcentagem de melhora da dor ao movimento e ao repouso, critérios de melhora OMERACT/OARSI e para sete dos oito domínios do questionário genérico de qualidade de vida SF-36. O Grupo Não Obeso evoluiu com maior efetividade da IIA com HT para as seguintes variáveis de avaliação: Teste funcional TUG e domínio Aspectos Emocionais do questionário genérico de qualidade de vida SF-36. Na sub-análise realizada com os pacientes com os maiores IMCs (Grupo Obeso = 13 pacientes) versus menores IMCs (Grupo Não Obeso = 13 pacientes) não se observou diferença entre os grupos para todas as variáveis de avaliação, exceto para o teste funcional TUG, para o qual o Grupo Não Obeso apresentou evolução estatisticamente melhor. Conclusões: Quando se comparou a efetividade da IIA com HT em joelhos de pacientes com OA, observou-se evolução estatisticamente favorável para o Grupo Não Obeso para o teste TUG e para “aspectos emocionais” do SF 36. Em relação a todas as outras variáveis avaliadas, não se observou diferença estatística entre os dois grupos. |