Fatores preditivos de procura a servicos de emergência de baixa complexidade (UPAs 24h) por pacientes com sintomas de AVC agudo na cidade de Fortaleza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Carvalho, João José Freitas de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/70629
Resumo: Introdução: No acidente vascular cerebral (AVC) agudo, a identificação precoce dos sinais e sintomas e o transporte rápido para um centro de AVC podem definir o tratamento e o prognóstico. Na última década, centenas de Unidades de Atendimento de Emergência de baixa complexidade (UPA 24h) foram inauguradas no Brasil. Distribuídas nas principais cidades do país, as UPAs 24h foram projetadas para atender pacientes com doenças agudas. Em Fortaleza, Ceará, embora exista um centro de AVC de referência bem estruturado e capacitado para atender pacientes com AVC, as UPA´s 24h são as segundas instituições mais procuradas pelos pacientes com sintomas de AVC, o que reduz as chances de tratamento com trombólise endovenosa. Objetivo: Este estudo teve como objetivo estudar os preditores de procura de atendimento nas UPA 24h em pacientes com sinais e sintomas de AVC agudo, além da proximidade domiciliar. Métodos: Realizamos uma sub análise do registro prospectivo de casos de AVC agudo na Cidade de Fortaleza realizado de 01 de fevereiro a 31 de dezembro de 2014. A estatística descritiva e testes específicos (t de Student e qui-quadrado de Pearson) foram seguidos por análise de regressão logística uni e multivariada para identificar fatores associados e preditivos de procura às UPAs 24 horas. Resultados: Foram avaliados 3.052 pacientes (idade média de 66,1 ± 15,6 anos; 51% homens). O AVC isquêmico foi o subtipo de AVC mais frequente (70%), seguido por AVC hemorrágico (AVCh) (18%), hemorragia subaracnóidea (9%) e AVC indeterminado (3%). Dos 2.362 pacientes de Fortaleza, 33% foram direto para o Hospital Geral de Fortaleza, nosso centro de AVC, 27% foram para a UPA 24h, 18% foram para hospitais privados e 22% foram para outras instituições. Os pacientes que tipicamente procuraram UPA 24h não acionaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) (OR = 1,76, CI 95: 1,315 - 2,377, p = 0,0001), não apresentavam sintomas motores (OR = 1,56, CI 95%: 1,180 - 2,060, P = 0,0017), ou alterações da fala (OR = 1,51, CI 95%: 1,170 - 1,955, P = 0,0015), apresentaram cefaleia na instalação (OR = 1,33, CI 95%: 1,058 - 1,668, P = 0,0142), estavam em casa quando os sintomas iniciais se apresentaram (OR = 1,35, CI 95%: 1,011 - 1,803, p = 0,0402), apresentaram um AVC menos grave, com NIHSS na admissão ≤15 (OR = 1,82, CI 95%: 1,241 - 2,687, p = 0,0018) ou tiveram o diagnóstico de HSA (OR = 1,68, CI 95%: 1,124 - 2,508, p = 0,0109). Na análise multivariada, o sexo feminino (OR = 1,49, IC 95%: 1,02 - 2,19, p = 0,0394), não ser transportado pelo SAMU (OR = 3,25, CI 95%: 1,32 – 7,14, p = 0,0095) e um escore da NIHSS na admissão <15 (OR = 2,00, CI 95%: 1,25 – 3,13, p = 0,0038) foram preditores independentes da procura pelas UPAs 24h. Conclusão: Nossos dados originais apontam que o gênero, o não uso do transporte pré-hospitalar pelo SAMU e a menor gravidade do AVC são preditores independentes da procura à UPAs 24h no cenário do AVC agudo na cidade de Fortaleza.