Estado nutricional e consumo alimentar de crianças menores de dois anos atendidas em unidades básicas de saúde da cidade de Diadema, São Paulo, Brasil
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=1490517 http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/48643 |
Resumo: | Objetivo: Avaliar o estado nutricional e o consumo alimentar de crianças menores de dois anos atendidas em Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade de Diadema, SP, Brasil. Métodos: Estudo transversal, realizado de abril a dezembro de 2012, que avaliou lactentes frequentadores de 6 UBS da cidade de Diadema, SP. Foram coletados dados antropométricos (peso e comprimento atuais) e de consumo alimentar dos lactentes, conforme o Formulário de Marcadores de Consumo Alimentar para Indivíduos Menores de 5 anos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, e dados sociodemográficos maternos. O estado nutricional, em escore z, foi classificado com base nos pontos de corte recomendados pela Organização Mundial da Saúde e o consumo alimentar foi categorizado de acordo com o formulário. Com o objetivo de identificar perfis socioeconômicos maternos, empregou-se a técnica estatística de análise fatorial exploratória, encontrando-se dois perfis socioeconômicos: Perfil 1: mães com menor renda, menor escolaridade e beneficiárias do Programa Bolsa Família (PBF); Perfil 2: mães com mais idade, com maior número de filhos e com maior número de residentes no domicílio. Empregaram-se estatísticas qui-quadrado e t de Student nas análises inferenciais, considerando o nível de significância ? igual a 5%. Resultados: Entre as 350 crianças incluídas no estudo, 51,7% das crianças eram do sexo feminino e 68% tinham idade entre 6 e 23 meses. Observou-se elevada prevalência de excesso de peso (17,4%) entre as crianças de 6 a 23 meses (p=0,000), principalmente entre aquelas que faziam uso de mamadeira (p= 0,020) e eram beneficiárias do PBF (p= 0,045). O déficit ponderal foi de menor magnitude, porém importante nas crianças menores de seis meses (IC95%= 1,14; 19,9), enquanto que o déficit de estatura para idade foi moderado (11,6%). Em relação ao consumo alimentar, 56% do total de crianças recebia leite materno por ocasião da coleta de dados. Dentre as crianças com menos de 6 meses (n= 112), as prevalências de aleitamento materno exclusivo, predominante e complementado foi de 41,1%, 21,4% e 21,4%, respectivamente; a introdução dos alimentos complementares foi precoce com maior freqüência de água ou chá (58,6%), fórmula infantil (49,2%) e leite de vaca (25%). Dentre as crianças de 6 a 23 meses, a maioria não recebia mais o leite materno (55,6%), tinha consumo insuficiente de frutas, legumes/verduras, carnes e feijão, tendo recebido açúcar, mel ou melado (32,4%) e papa salgada antes dos seis meses de idade (45,2%); e as práticas alimentares inadequadas, mais frequentes, foram o consumo de suco ou refresco industrializado no último mês (60,8%), não ter recebido leite materno no dia anterior (56,9%), consumo de leite com espessante no dia anterior (54,3%), refrigerante no último mês (54,2%), ter realizado alguma refeição assistindo TV (33,3%). Dos perfis socioeconômicos maternos encontrados, o Perfil 1 foi associado estatisticamente com o excesso de peso nas crianças (p=0,011) e com o consumo de água/chá (p= 0,047), leite de vaca (p= 0,030) e papa salgada (p= 0,019), enquanto o Perfil 2 foi associado estatisticamente com os déficits de estatura e peso e o excesso de peso (p= 0,024, p=0,003 e p= 0,025, respectivamente) e com o consumo de leite materno (p= 0,048). Conclusão: Com este estudo pôde-se concluir que as crianças menores de dois anos, atendidas nas UBS da cidade de Diadema estudadas, apresentaram elevada prevalência de excesso de peso, principalmente as beneficiárias do PBF, e consumo alimentar inadequado. Os resultados indicam a necessidade de qualificação e conscientização dos profissionais de saúde para a promoção das ações de alimentação e nutrição, bem como, para a vigilância alimentar e nutricional no cotidiano de trabalho. |