Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Bardaouil, Lidia Arruda |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11600/63113
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Resumo: |
A arte japonesa subcultural do período pós-guerra emerge em meio ao acelerado desenvolvimento econômico, traumas sociais e transformações culturais, muitas vezes abordando temas sombrios e engendrando imagens macabras. No cenário fotográfico, especificamente, algumas obras carregam uma atmosfera obscura que remete à solidão, medo ou vazio existencial. Denominamos tal qualidade como obscuridade, e o objetivo desta pesquisa foi investigá-la, compreendendo os possíveis motivos das suas repetições em diferentes obras de fotografia de 1960 a 1980, bem como realizar a reflexão e a interpretação evocadas a partir das obras. Observamos Kitarubeki kotoba no tame ni de Takuma Nakahira; Toshi-he de Yutaka Takanashi; Karasu de Masahisa Fukase; e Pantomime e Cherry Blossoms de Daido Moriyama, escolhidas dentro do eixo da obscuridade e do estilo visual borrado e fora de foco. Metodologicamente, as imagens foram analisadas em photobooks, o que permitiu abordagens que consideram os conjuntos e articulações em que os objetos estão inseridos. Foram exploradas as referências diretas dos artistas, suas motivações, e o circuito de relações em que estavam inseridos no panorama da fotografia japonesa da época. Também estabelecemos diálogos com obras de outros contextos que permitiram ampliar as percepções das imagens – levando em conta o hibridismo de conceitos referidos nos contextos de produção e no repertório dos próprios fotógrafos. Os resultados nos mostram que a partir da derrota na Segunda Guerra e da consequente ocupação americana do território japonês, o país enfrentou intensas mudanças nas convicções e paradigmas nacionais, nas paisagens urbanas, e nas relações de consumo. Esse fato afetou o senso de lar e autoimagem dos japoneses, não só na esfera coletiva, mas também na individual. Desta forma, percebemos que a obscuridade presente nas imagens está ligada a questões geracionais e coletivas, porém, paralelamente, ela se materializa como a expressão de percepções subjetivas ora do artista, ora da imagem e ora do espectador, tais como a angústia, o luto, a melancolia e o sobrenatural. |