A recepção da poesia japonesa em Portugal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Teixeira, Claudio Alexandre de Barros
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8150/tde-19052015-134532/
Resumo: A recepção da poesia japonesa em Portugal é um estudo sobre o diálogo literário entre os autores portugueses e a tradição lírica da Terra do Sol Nascente. Iniciado no século XVI, esse intercâmbio motivou extensa produção de cartas, diários, relatos de viagem e obras de caráter filológico até a expulsão dos missionários cristãos, ocorrida durante o Período Tokugawa (1603-1867), que interrompeu todas as atividades comerciais, culturais e mesmo diplomáticas entre o arquipélago japonês e Portugal. Com a Restauração Meiji, iniciada na segunda metade do século XIX, o diálogo é restabelecido, em um contexto internacional de crescente interesse europeu pela cultura japonesa, que pode ser avaliada pelas obras publicadas no período por autores como os franceses Edmond de Goncourt e Pierre Loti, o britânico Basil Chamberlain, o norte-americano Lafcadio Hearn e o português Wenceslau de Moraes, este último autor de numerosos livros, como Relance da alma japonesa, Daí Nippon e O culto do chá. Wenceslau de Moraes traça um amplo panorama da civilização japonesa, comentando desde a religião, a moral, a política, a vida cotidiana até as formas poéticas praticadas na literatura japonesa, realizando as primeiras traduções de haicais para o nosso idioma. A recepção criativa da poesia japonesa em Portugal, porém, acontecerá apenas na segunda metade do século XX, quando poetas como Herberto Helder, Casimiro de Brito, Ana Hatherly, E. M. de Melo e Castro, Eugênio de Andrade, Albano Martins e Yvette Centeno recebem a influência da caligrafia artística japonesa, dos enigmáticos koans (). e da extrema concisão e imagética do haicai, desenvolvendo a partir daí composições autônomas, relacionadas com as preocupações formais da época, e em especial com o movimento da Poesia Experimental Portuguesa (PO-EX). Nosso propósito é estudar como cada um desses autores recebeu e transformou o influxo da tradição literária japonesa, mesclada a seus projetos literários e mitologias pessoais