Avaliação da quiescência associada a expressão das enzimas produtoras de sulfeto de hidrogênio (H2S) em células de câncer colorretal humano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Sousa, Paulo Vinicius de [UNIFESP}
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
H2S
NO
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/71624
Resumo: O câncer colorretal (CCR) apresenta taxas de mortalidade que variam de 30 a 50% sendo uma das principais causas de morte por câncer no mundo. A baixa taxa de sobrevivência de portadores de CCR é atribuída a vários fatores, com destaque para a resistência aos quimioterápicos. Por sua vez, essa quimiorresistência das células de CCR pode estar relacionada a capacidade dessas células de entrarem em quiescência. Espécies reativas de oxigênio, nitrogênio e enxofre são essenciais na ativação e desativação de vias de sinalização celular em células normais e em células tumorais. Entre essas espécies reativas, destacamos o sulfeto de hidrogênio (H2S), uma espécie reativa de enxofre sintetizada pelas enzimas cistationina-beta-sintase (CBS), cistationina-gama-liase (CSE) e 3-mercaptopiruvato sulfurtransferase (MPST). Alguns estudos demonstraram que altos níveis de H2S estão associados com a angiogênese e crescimento tumoral. Por outro lado, também foi demonstrado que H2S pode promover a parada de ciclo celular e a quiescência em células normais e tumorais. A quiescência também pode ser induzida pela restrição de nutrientes, obtida com a retirada de soro bovino fetal (SBF) da composição do meio de cultura. Essa condição de quiescência se caracteriza por uma redução na expressão de Ciclina D e nos níveis de fosforilação das ERK1/2 MAP quinases, além de uma elevação nos níveis de fosforilação da p38 MAP quinase. Assim, com o desenvolvimento deste projeto procuramos associar a expressão das enzimas CBS, CSE e MPST e a produção de H2S em células SW480 e SW620 com a quiescência induzida pela retirada do SBF do meio de cultura destas células. Nossos resultados demonstraram que as células SW480 foram capazes de entrar em um estado quiescente, após quatro dias de restrição de SBF no meio de cultura das células, enquanto as células SW620 se mantiveram em proliferação. As células SW480 apresentaram uma elevação nos níveis de expressão das três enzimas sintetizadoras de H2S enquanto as células SW620 não apresentaram este padrão, sendo possível a detecção de expressão de apenas duas das enzimas sintetizadoras. Tanto em condição de restrição de SBF, quanto em condição de suplementação de SBF (10%), a produção de H2S foi maior nas células SW480 quando comparada à produção pelas células SW620. Nesta condição também observamos elevação na produção dos níveis endógenos de óxido nítrico (NO) por parte das células SW480. Dentro desse contexto o NO poderia reagir com o H2S gerando uma terceira espécie reativa, o nitroxil que pode induzir parada de proliferação nestas células. Alternativamente, a S-nitrosilação das enzimas sintetizadoras de H2S pelo NO poderia estar regulando negativamente a produção de H2S e mantendo os níveis adequados de H2S para o estabelecimento de uma condição de quiescência nas células SW480. Concluindo, a elevação nos níveis de expressão das enzimas sintetizadoras de H2S e a produção desta espécie reativa podem se constituir em marcadores de natureza redox da quiescência de células tumorais de CCR.