Detecção de células imunes associadas ao tumor como marcadores prognósticos no câncer colorretal
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://hdl.handle.net/11449/251073 https://lattes.cnpq.br/6434094118112828 https://orcid.org/0000-0001-7598-7768 |
Resumo: | O câncer colorretal (CCR) é doença heterogênea, com diferenças moleculares, de prognóstico e resposta a terapia de acordo com a localização anatômica do tumor. O infiltrado imune tem papel importante na evolução dos tumores CCR. O Immunoscore, baseado na densidade de linfócitos T CD3+ e CD8+ infiltrantes do tumor, mostrou-se como importante marcador prognóstico em CCR. O objetivo deste estudo foi avaliar as células imunes infiltrantes do tumor e identificar seu papel prognóstico em CCR de acordo com a localização anatômica. Foi realizada uma análise in silico utilizando o algoritmo xCEll para estimar as células imunes infiltrantes do tumor para identificar populações imunes associadas ao prognóstico in CCR. As populações imunes infiltrantes foram identificadas a partir de dados de expressão gênica global de 542 amostras de CRC obtidas no banco de dados público Gene Expression Omnibus (GEO). A seguir, para validação experimental foram construídos microarranjos de tecidos (TMA) contendo regiões do centro do tumor (CT) e da margem de invasão (MI) de 206 casos de CCR de diferentes localizações anatômicas para detecção do Immunoscore e dos marcadores identificados na análise in silico. Para identificação do Immunoscore, as densidades dos marcadores CD3 e CD8 foram detectadas por imuno-histoquímica e semi-quantificadas nas regiões CT e MI por análise óptica manual. Duas categorias de Immunoscore Low e High foram consideradas nas análises. Vinte e sete células imunes detectadas pelo algoritmo xCell foram correlacionadas com sobrevida global em CCR. Identificamos quatro células imunes infiltrantes associadas ao prognóstico. Baixo infiltrado de neutrófilos foi associado a pior prognóstico em CCR (p=0,033), e particularmente em tumores do cólon direito (p=0,020). Além disso, células Th2 e células T CD4+ de memória foram associadas ao prognóstico em tumores do cólon direito (p=0,006 e p=0,032, respectivamente). Em tumores do lado esquerdo, células T CD8+ (p=0,026) e Th2 (p=0,050) foram associadas ao prognóstico. Destes, os neutrófilos foram selecionados para serem validados no grupo de validação. A análise do Immunoscore mostrou associação entre LOW Immunoscore e diminuição da sobrevida global em CCR, embora sem significância estatística (p=0,065). Em concordância com os resultados obtidos na análise in silico, pacientes com tumores do lado esquerdo e LOW Immunoscore presentaram pior prognóstico (p=0,034), principalmente para pacientes com tumores retais (p=0,020). Além disso, foi observado baixo infiltrado de neutrófilos MPO+ nos tumores de cólon direito associado com diminuição da sobrevida nestes pacientes (p=0,020). Nossos resultados mostraram que o Immunoscore adaptado para análise não digital (óptico) foi associado ao prognóstico em nossa coorte de CCR, especialmente para tumores do lado esquerdo. Por outro lado, os neutrófilos foram indicados como um potencial marcador prognóstico em tumores do cólon direito, reforçando a importância do contexto das células imunes na progressão do CCR com diferenças na lateralidade do tumor. Além disso, a análise simplificada do Immunoscore aqui proposta pode oferecer uma abordagem facilmente aplicável na prática clínica, especialmente em instituições com recursos limitados. |