Brinquedoteca em hospital pediátrico: diminuição do estresse agudo e crônico e a relação com o sono da criança

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Potasz, Clarisse [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/23040
Resumo: OBJETIVOS Estudar como uma intervenção como a brincadeira livre, influencia o estresse e o sono de crianças internadas por doenças respiratórias infecciosas, em enfermarias comuns. MÉTODOS Foram estudadas crianças internadas num hospital público pediátrico da cidade de São Paulo, nas faixas etárias de 4 a 14 anos, de ambos os sexos. Todas as crianças incluídas na pesquisa deveriam ser internadas com o diagnóstico de doenças infecciosas respiratórias, sem outras comorbidades neurológicas ou psiquiátricas e sem restrições à locomoção. Fez parte dos critérios de inclusão, estar acompanhada por um cuidador capaz de responder aos questionários e fichas usados, e não fazer uso (previamente ou durante a internação) de medicamentos que pudessem alterar os níveis de cortisol ou influenciar os padrões de sono. A amostra foi estratificada segundo faixas etárias e a participação ou não em atividades de brincadeiras livres. Foram estudados os níveis de cortisol na urina de 24 horas, os padrões de sono através de diários do sono e o sono em casa, usando-se um questionário validado no Brasil. Para estudarmos os valores do cortisol antes e após a intervenção do brincar, determinamos uma estadia mínima de cinco dias no hospital. Para a participação no segundo estudo – sono e brincar- foi determinado que as crianças estivessem sempre acompanhadas por um cuidador que pudesse preencher os diários do sono por ao menos três dias de internação. E para o estudo comparando sono em casa e no hospital, estabelecemos um período mínimo de dois dias de internação, além do cuidador capaz de responder aos questionários. RESULTADOS A amostra apresentou dados demográficos equilibrados, totalizando 139 crianças. Destas, 53 participaram no estudo que incluiu o exame dos níveis de cortisol na urina de 24 horas, 131 participaram na pesquisa que avaliou o sono em crianças que brincaram e que não brincaram, e em 139 foram comparados os parâmetros do sono em casa e no hospital. Esta diferença nos números de crianças estudadas ocorreu devido aos diferentes períodos de internação. Nossos resultados mostram que a participação em brincadeiras livres é realmente eficiente para reduzir os níveis de cortisol urinário (e presumivelmente os níveis de estresse), com um número necessário para tratar de 3 (considerando-se uma redução de 20% nos níveis de cortisol urinário). A atividade também pareceu eficiente para melhorar o sono das crianças internadas, cooperando para que este estado não fosse usado como recurso para fugir ao estresse da internação, principalmente na idade escolar. Na comparação entre o sono em casa e o sono no hospital, as crianças em geral dormiram mais tempo em casa à noite quando comparado ao tempo de sono no hospital. As crianças que raramente despertavam em casa à noite, despertaram mais vezes durante a internação quando comparadas àquelas que despertavam frequentemente à noite em casa. CONCLUSÃO A metodologia utilizada foi adequada para responder às hipóteses da pesquisa. Ficou comprovado clinicamente que a brincadeira livre pode diminuir o estresse em crianças internadas, e também melhorar a qualidade de sono neste período. Ainda assim, as crianças dormiram melhor em casa do que no hospital.