Negociando curas: um estudo das relações entre indígenas e profissionais do Projeto Xingu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Assumpção, Karine [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/41782
Resumo: A partir da análise das problemáticas envolvidas nas relações de negociação de cura estabelecidas antes e depois do Subsistema de Saúde Indígena do Sistema Único de Saúde (SASISUS) no Brasil, o foco desta dissertação recai sobre a relação existente, há quase cinquenta anos, entre os profissionais de saúde não-indígenas do Projeto Xingu, Escola Paulista de Medicina (EPM), atualmente parte integrante da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), e as populações indígenas, principalmente os povos que vivem no Baixo, Médio e Leste Xingu. Assim, através de observações participativas em locais de ação do Projeto Xingu, tanto em São Paulo como na Terra Indígena do Xingu (TIX), além de entrevistas com os protagonistas, foi possível perceber como, no movimento concomitante de acessar seus códigos e incorporar alguns códigos indígenas, os profissionais ligados ao Projeto Xingu ressignificam a biomedicina, as políticas públicas em saúde e a formação biomédica. Ao experimentarem os valores e noções indígenas, se tornando branquígenas, os profissionais não-indígenas há mais tempo envolvidos nessa relação começam a enxergar o limiar entre salvar vidas e salvar (respeitar) a diversidade cultural, transitando de um a outro lado dessa liminaridade através do conceito ampliado de saúde e de bem-estar (cultural). Tornam-se, assim, mediadores políticos especialistas em problemas de comunicação (comunicose), “doença” endêmica em contextos interculturais como o da saúde indígena.