Uso intra-articular da toxina botulínica tipo A versus corticosteroide em osteoartrite de joelho : um estudo prospectivo controlado randomizado e duplo-cego
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=4997069 http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/50645 |
Resumo: | Introdução: A osteoartrite (OA) de joelho é uma doença articular muito prevalente e causa comum de dor, perda funcional e incapacidade em adultos. No entanto, são poucas as opções terapêuticas disponíveis para o manejo dessa enfermidade. As injeções intra-articulares (IIA) com corticosteroide (CE) são sabidamente efetivas em curto prazo para o alívio sintomático dessa enfermidade. No entanto, pacientes com algumas comorbidades, podem ter contraindicação a esse procedimento. A toxina botulínica tipo A (TBA) tem efeito analgésico local, já tendo sido utilizada esporadicamente pela via intra-articular (IA) com essa finalidade. Existem poucos trabalhos bem desenhados, no entanto, que suportem o uso IA da TBA para o tratamento da OA de joelho. Objetivo: Comparar a efetividade da injeção intra-articular (IIA) da TBA versus a IIA de hexacetonide de triancinolona (HT) na melhora da dor e goniometria articulares, função, qualidade de vida e medida ultrassonográfica de hipertrofia sinovial em curto (4 semanas) e médio (12 semanas) prazo em pacientes com OA primária sintomática de joelho. Métodos: Foi realizado um estudo controlado randomizado prospectivo duplo-cego com intenção de tratar em 105 pacientes com OA primária sintomática de joelho. Foram incluídos pacientes com diagnóstico de OA de joelho segundo critérios do American College of Rheumatology - ACR, de ambos os gêneros, com escala visual analógica (EVA 0-10 cm) de dor no joelho entre 3 e 8 centímetros (cm). Os pacientes foram randomizados em três grupos de IIA, cada um com 35 pacientes: grupo TBA, grupo HT e grupo solução salina (SS- solução salina isotônica a 0,9%) (grupo controle). Todos os grupos receberam uma IIA no joelho mais sintomático em um único momento. As avaliações foram realizadas por avaliadores, clínico e ultrassonografista, “cegos”, através dos seguintes instrumentos de avaliação: EVA de dor ao repouso (EVAr) e ao movimento (EVAm), questionário funcional WOMAC e seus domínios, testes de caminhada de 6 minutos e teste Time Up and Go (TUG), questionário genérico de qualidade de vida SF-36 e seus domínios, percepção de melhora (porcentagem -%) e medida ultrassonográfica quantitativa (em milímetros) longitudinal e transversal de hipertrofia sinovial no maior bolsão sinovial supra-patelar do joelho. Utilizaram-se quatro tempos de avaliação: no início do estudo (T0) e T4, T8 e T12 semanas após a IIA. Resultados: Foram estudados 105 pacientes, 96 (91,4%) mulheres e 9 homens (8,6%), com média de idade de 64,2 (6,9) anos e de tempo de doença de 6,3 (7,0) anos. Na avaliação inicial, os grupos foram homogêneos para todos os parâmetros. A análise entre os grupos ao T12, usando o teste ANOVA para medidas repetidas, mostrou diferença estatisticamente significante entre os grupos apenas para a EVAm (p=0,024) a favor do grupo HT, apesar de uma forte tendência estatística de superioridade também para o grupo HT para o WOMAC-dor (p=0,051) e WOMAC-total (p=0,052). Em subanálise intergrupo de curto prazo (T0-T4), no entanto, observou-se melhora estatística da EVAm (p=0,002), WOMAC-dor (p=0,003), WOMAC-rigidez (0,036), WOMAC-função (p=0,015), WOMAC-total (p=0,007), e medida ultrassonográfica quantitativa de hipertrofia sinovial (p=0.049) a favor do grupo HT. Conclusão: A IIA com HT foi mais efetiva que a IIA de TBA em curto prazo (4 semanas) na melhora da dor articular, questionário funcional WOMAC e medida ultrassonográfica de hipertrofia sinovial em pacientes com OA de joelhos. Em médio prazo (12 semanas), a superioridade da IIA com HT em relação à IIA de TBA e à IIA de SS só se manteve para a dor articular ao movimento. |