Prevalência e caracterização molecular de staphylococcus coagulase negativo isolados de infecção de corrente sanguínea do projeto Scope Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Souza, Alinne Guimaraes de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=2374061
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/48944
Resumo: Staphylococcus coagulase negativo (SCoN) têm emergido como um dos patógenos predominantes nas infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). O significado clínico de outras espécies não-S. epidermidis tem sido reconhecido nos últimos anos. Os objetivos do presente estudo foram comparar diferentes metodologias na identificação dos isolados de SCoN provenientes de infecção de corrente sanguínea (ICS) obtidos nos 14 centros médicos participantes do Projeto SCOPE Brasil, avaliar a frequência das diferentes espécies de SCoN como causadores de ICS, analisar as características epidemiológicas desses micro-organismos, bem como a frequência dos genes mecA e icaAB. Um total de 280 isolados de SCoN provenientes de ICS foram inicialmente identificados pelo sistema automatizado Phoenix® e, em seguida, pelas técnicas de MALDI-TOF MS e PCR multiplex. Para os resultados discrepantes entre as metodologias testadas, o sequenciamento do gene rpoB foi utilizado. As principais espécies de SCoN isoladas de ICS no Projeto SCOPE Brasil foram: S. epidermidis (51,8%), S. haemolyticus (21,8%), S. hominis (13,2%) e S. capitis (6,5%). A concordância das principais espécies de SCoN entre a PCR multiplex e o MALDI-TOF MS foi de 99,6%. Embora haja divergência de identificação em alguns isolados de SCoN pelo método automatizado em relação aos outros dois métodos, o resultado do coeficiente de concordância kappa foi considerado satisfatório (K=0,691). 89,0% dos isolados de SCoN apresentaram o gene mecA e 35,0% apresentaram o gene icaAB. Em 68,2% dos episódios de ICS a fonte foi considerada primária, sendo associada principalmente à presença de cateter venoso central (CVC). O uso de CVC foi considerado o principal fator de risco para a aquisição de ICS por SCoN (82,1%), seguido de ventilação mecânica (37,9%) e cateter vesical (35,0%). As principais patologias de base foram: doenças neurológicas (17,9%), neoplasias (16,8%) e doenças pulmonares (15,0%). 60,5% dos pacientes estavam internados em unidades de terapia intensiva e a taxa de mortalidade geral foi de 27.6%. Concluímos que a técnica de MALDI-TOF MS demonstrou ser uma metodologia confiável e rápida, capaz de diferenciar as diferentes espécies de SCoN; o sistema automatizado Phoenix® mostrou uma baixa concordância na identificação dos isolados de SCoN, quando comparado ao MALDI-TOF MS; a PCR multiplex embora identifique as oito principais espécies de SCoN apresenta um espectro de identificação limitado, quando comparado ao MALDI-TOF MS; S. epidermidis, S. haemolyticus, S. hominis e S. capitis foram as espécies mais frequentes isoladas em ICS nos centros médicos participantes do Projeto SCOPE Brasil; e uma alta frequência de gene mecA foi verificada entre os isolados de S. epidermidis, S. haemolyticus, S. hominis e S. capitis.