Zózimo Bulbul e Gloria Rolando em ação: a luta antirracista e decolonial do cinema negro de Brasil e Cuba

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Xavier, Leila da Silva lattes
Orientador(a): Oliveira, Luiz Fernandes de lattes
Banca de defesa: Oliveira, Luiz Fernandes de lattes, Carmo, Rachel Aguiar Estevam do lattes, Gomes, Janaina Damaceno lattes, Ferreira, Michele Guerreiro lattes, Borges, Roberto Carlos da Silva lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
Departamento: Instituto de Educação
Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20126
Resumo: Esta pesquisa busca analisar as manifestações do racismo estrutural na arte cinematográfica do Brasil e de Cuba. Para tal, e em contraposição aos atravessamentos do racismo, o estudo tem como foco o ativismo e as estratégias dos cineastas Zózimo Bulbul e Gloria Rolando, bem como os caminhos que os cineastas negros de Cuba e do Brasil trilharam para transgredir a ordem e impactar na formação de cineastas negros para a luta antirracista, contrapondo-se, através da resistência, ao predomínio dos valores da hegemonia branca burguesa e colonial nessas duas realidades politicamente antagônicas. Também foram evidenciadas na pesquisa as contradições referentes às questões raciais e aos cineastas negros no Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica (ICAIC). As diferentes realidades possibilitaram analisar o cinema negro afrodiaspórico como resultado das lutas anticolonialistas contra-hegemônicas e, acima de tudo, observá-lo como um transgressor dos padrões estéticos impostos pelo cinema dominante. Também foi analisado o processo de ruptura com os cânones da cinematografia de Hollywood, bem como o importante papel dos cineastas afro-americanos nesse protagonismo, como por exemplo, o cineasta Oscar Micheaux, enquanto precursor da crítica da forte presença do racismo no contexto cinematográfico norte americano, fortemente pautado pelas políticas segregacionistas vigentes no país. Esse estudo, tratou o racismo como principal elemento estruturante e responsável pelas desigualdades sociais pertinentes à população negra em diferentes contextos e territórios da diáspora africana, bem como seus reflexos no acesso, formação e produção cinematográfica, cuja perspectiva foi projetar esse cinema como sujeito formador e espaço de ativismo da luta antirracista. Para tal, um dos aspectos presentes nesta reflexão é a apresentação do cinema negro pensado por cineastas negros numa perspectiva decolonial, em que suas práticas, desobediência e seus corpos atuaram política e artisticamente ressignificados, como sujeitos de suas próprias narrativas, visando a suplantar os estereótipos e invisibilidade consolidado pela cinematografia hegemônica e racista de ambos os países.