Utilização de marcadores fenogenotípicos de virulência na caracterização de Vibrio spp. isolados a partir de mexilhões (Perna perna) em diferentes pontos do litoral do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Oliva, Marcelo Santos de lattes
Orientador(a): Souza, Miliane Moreira Soares de lattes
Banca de defesa: Rodrigues, Dália dos Prazeres, Ibañez, Fernando Julio, Araújo, Fábio Vieira de, McIntosh, Douglas
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Inovação em Agropecuária
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9819
Resumo: Os mexilhões são moluscos bivalves filtradores que se alimentam de micro-organismos captados pela corrente de água e não filtram seletivamente o alimento, refletindo a qualidade microbiológica do habitat aquático. O trabalho objetivou caracterizar espécies bacterianas de importância em Saúde Pública associadas aos bivalves incrustados em costões rochosos próximos a cabos subaquáticos no Arquipélago de Santana em Macaé e em fazendas de maricultura em Angra dos Reis, Baía da Ilha Grande e Arraial do Cabo, no Estado do Rio de Janeiro. Associado a isso, o trabalho visou detectar o perfil de resistência antimicrobiana dos isolados bacterianos e os genes marcadores e de virulência a partir de Vibrio spp. Foi feita a caracterização pela detecção de gene alvo (rpoA) encontrado em todas as cepas de Vibrio, dos genes espécie específico (tlh e cth) e genes de virulência (tdh, trh e cth), e avaliada a água do mar quanto a possíveis contaminações decorrentes de atividades pesqueiras e subaquáticas. Foram feitas 7 coletas e obtidos 209 isolados de Vibrio spp., representados por Vibrio parahaemolyticus 40,66% (85/209), Vibrio alginolyticus 19,6% (41/209), Vibrio vulnificus 12,4% (26/209) e outras espécies 27,2% (57/209). Foram detectados 91,3% (191/209) de resistência à ampicilina, 23,9% (50/209) à ciprofloxacina, 18,6% (39/209) à nitrofurantoína, 5,7% (12/209) à tetraciclina, 4,3% (9/209) à pefloxacina e 3,3% (7/209) ao cloranfenicol. Todos os 209 isolados identificados fenotipicamente como Vibrio spp. amplificaram o gene rpoA, gerando fragmento de 242 pb. O gene tlh foi detectado em 40,6% (85/209) dos isolados de Vibrio spp., identificados como V. parahaemolyticus. Do total de 85 isolados de Vibrio parahaemolyticus, o gene tdh foi detectado em 68,2% (58/85) e o gene trh em nenhum isolado. O gene cth foi detectado em 12,5% (26/209) dos isolados, todos identificados fenotípicamente como V. vulnificus, amplificando um fragmento de 386 pb. A análise do sequenciamento genético em oito isolados de Vibrio spp. foi correlata com a identificação fenogenotípica em 50% (4/8). Nos isolados onde não foi estabelecida correlação (4/8) foram aplicados testes bioquímicos e identificação genotípica baseada em genes espécie-específicos. Em relação à detecção de enterobactérias, a partir das 7 coletas, foram obtidos 88 isolados, representados por 29,5% (26/88) de Escherichia coli, 10,2% (9/88) de Enterobacter agglomerans e Enterobacter cloacae, 9,1% (8/88) de Citrobacter diversus, 7,9% (7/88) de Enterobacter aerogenes, 5,7% (5/88) de Proteus vulgaris, 4,5% (4/88) de Serratia rubidae, Enterobacter sakazakii e Citrobacter freundii, 3,4% (3/88) de Hafnia alvei, 2,3% (2/88) de Serratia marcencens, Klebsiella oxytoca, Morganella morganii e Yersinia enterocolitica e 1,1% (1/88) de Proteus mirabilis. Foram detectados 64,7% (57/88) de resistência à ampicilina, 39,7% (35/88) à cefalotina, 30,7% (27/88) à gentamicina, 26,1% (23/88) à cefoxitina, 15,9% (14/88) à ceftriaxona e tetraciclina, 13,6% (12/88) ao cloranfenicol, 11,4% (10/88) à ciprofloxacina, 7,9% (7/88) à ampicilina-sulbactam e aztreonam e 1,1% (1/88) ao imipinem. A análise microbiológica da água do mar revelou a presença de coliformes termotolerantes em 50% (4/8) das amostras de Arraial do Cabo. Foram detectados 12 isolados de Aeromonas spp. A patogenicidade de algumas espécies bacterianas, aliada a resistência a antibióticos, torna importante a avaliação microbiológica dos mexilhões para monitorar estes organismos, para a segurança dos manipuladores e consumidores.