Produção e Reprodução na Agricultura Familiar: O Caso dos Agricultores Assentados no Município de Morrinhos (Goiás)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rocha, Roseli Gonçalves da lattes
Orientador(a): Maluf, Renato Sérgio Jamil lattes
Banca de defesa: Maluf, Renato Sergio Jamil lattes, Reis, Márcio Carneiro dos lattes, Kato, Karina Yoshie Martins lattes, Lerrer, Debora Franco lattes, Shiki, Simone de Faria Narciso lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9471
Resumo: O avanço das transformações capitalistas no meio rural tem influenciado as condições de manutenção e reprodução da vida em escala global, colocando em evidência as questões sociais, econômicas, políticas, culturais e os fenômenos sociais como pobreza, miséria e a fome. Essas mudanças impactam diretamente no aumento da concentração fundiária, desarticulação e desterritorialização de agricultores, êxodo rural, pobreza no campo e na cidade, insegurança alimentar e nutricional, entre outros aspectos que mudaram as dinâmicas territoriais, motivando, ao longo dos anos, conflitos de interesses que variam de acordo com os contextos históricos, atores sociais e políticos. Como forma de apreender a trajetória de agricultores assentamentos da reforma agrária, este estudo se propôs a analisar as estratégias de reprodução socioeconômica dos agricultores familiares de três assentamentos no município de Morrinhos – GO e conhecer o papel das políticas públicas de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, no contexto de hegemonia do agronegócio. Para compreensão do contexto histórico foram abordadas a modernização da agricultura e da reforma agrária no Brasil e em Goiás, e a relação entre agricultura familiar e o agronegócio no estado, visando identificar e caracterizar os fenômenos socioeconômicos. Com o propósito de entender as condições de reprodução socioeconômica de famílias rurais, apresentamos as principais implicações advindas do sistema alimentar mundial, o tema da pluriatividade e multifuncionalidade da agricultura e a evolução e o papel das políticas públicas de SSAN no Brasil. Para o presente estudo utilizamos uma abordagem qualitativa e revisão da literatura, levantamentos e análise de dados de fontes primária e secundária. Como pesquisa de campo realizamos um questionário aplicado a vinte famílias e entrevistas a quatro lideranças dos três assentamentos e ao secretário de agricultura familiar do município. Um olhar para a realidade de famílias rurais nos permitiu analisar a problemática relativa à agricultura familiar em meio às transformações em curso e possibilitou-nos conhecer as estratégias que esses agricultores utilizam para sua reprodução socioeconômica. Identificamos que algumas mudanças ocorrem mediante a necessidade de atender às exigências impostas pelo mercado, à instabilidade de políticas públicas em todas as esferas e à negligência do Estado. Dentre elas está a mudança da produção de hortaliças para pecuária leiteira. Entre os principais gargalos estão: a dificuldade de comercialização; falta de crédito e assistência técnica; tamanho dos lotes que, de acordo com os agricultores, são insuficientes para atender todas as suas necessidades. Como estratégias de reprodução e alternativas, as famílias buscam a diversificação da produção e, a combinação das atividades agrícolas e não agrícolas, a participação em entidades organizativas, principalmente cooperativas, e a produção para o autoconsumo. Verificamos que a capacidade dessas famílias de resistir e sua resiliência ao longo da trajetória para permanecerem no campo situam-se entre a necessidade de sobrevivência e a falta de oportunidades fora do estabelecimento. Além do mais, os agricultores demonstram ligação afetiva pelas terras onde vivem, pelas atividades que desempenham e pelo modo de vida no campo.