Análise comparativa de comunidades de pequenos mamíferos em fragmentos de Mata Atlântica ligados por um corredor agroflorestal no município de Seropédica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Vieira, André Luis Macedo lattes
Orientador(a): Freitas, André Felippe Nunes de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais
Departamento: Instituto de Florestas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11176
Resumo: A fragmentação de habitats é um dos principais processos responsáveis pela extinção de espécies e perda da diversidade biológica. Para minimizar os efeitos negativos desse processo é fundamental o desenvolvimento de estratégias que visem restaurar a conectividade estrutural e funcional entre os fragmentos, de modo a restabelecer ou facilitar o fluxo de organismos, sementes ou grãos de pólen. Este trabalho teve como objetivo comparar a composição de comunidades de pequenos mamíferos entre diferentes habitats em uma paisagem fragmentada e analisar o papel de um corredor agroflorestal no deslocamento dos indivíduos entre fragmentos. Adicionalmente, foi realizada uma comparação da eficiência de captura de pequenos mamíferos com armadilhas Sherman (modelo XLF15, 10x11,5x38 cm) em duas posições (chão e árvore) e armadilhas de queda (pitfall traps, baldes de 65 ℓ, 40 cm de diâmetro e 60 cm de profundidade). O estudo foi realizado em uma área localizada na Fazendinha Agroecológica do Km 47, Seropédica, RJ, composta por dois fragmentos (fragmento de baixada [FB] e fragmento de topo [FT], com 17 e 8 ha, respectivamente), ligados por um corredor agroflorestal (C) e circundado por uma matriz de pastagem (P). As amostragens foram realizadas mensalmente de outubro de 2008 a outubro de 2009, totalizando 13 sessões de captura com quatro noites consecutivas cada. Todas as armadilhas foram iscadas com uma mistura de banana, aveia, bacon e pasta de amendoim. Para comparar o sucesso de captura entre as armadilhas utilizadas e entre os ambientes estudados (FT, FB, C e P) utilizou-se o teste do Qui-quadrado. Foram obtidas 155 capturas de 137 indivíduos pertencentes a 6 espécies. As armadilhas de queda tiveram 88 capturas (56,8%) de quatro espécies, possuindo um sucesso significativamente maior que as Sherman chão com 45 (29,0%) de cinco espécies e Sherman árvore com 22 (14,2%) de duas espécies (c2 = 6,50, p = 0,040). Esse resultado indica que a combinação de diferentes tipos de armadilhas pode aumentar o sucesso total de captura e possibilitar a obtenção de dados mais representativos da comunidade. Com relação ao uso dos diferentes habitats, o maior sucesso de captura ocorreu no FT, seguido pelo FB, P e C (X2 = 81,04, p < 0,0001). Considerando os marsupiais e roedores separadamente, observou-se que para ambos os grupos os fragmentos tiveram os maiores sucessos de captura. No entanto, os marsupiais apresentaram maior taxa de captura no corredor que na pastagem (X2 = 77,67, p < 0,0001). Já os roedores foram mais capturados na pastagem do que no corredor (X2 = 21.62, p < 0,0001). No entanto, nesse habitat, apenas a espécie Akodon cursor teve mais que um indivíduo capturado, corroborando a idéia de que esse tipo de área é hostil para a maioria das espécies de pequenos mamíferos capturadas neste estudo. Apesar de não terem sido detectados movimentos entre fragmentos, o corredor foi utilizado por duas espécies de marsupiais (Didelphis aurita e Philander frenatus) e três de roedores (A. cursor, Mus musculus e Oligoryzomys nigripes). Esses resultados sugerem que o mesmo é usado como habitat ou área de forrageamento por essas espécies, podendo favorecer potencialmente o fluxo de indivíduos entre os fragmentos.