Biologia populacional de Uca victoriana no manguezal de Itacuruçá/Coroa Grande, Baía de Sepetiba, RJ.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Pereira, Dayane Lucia Francisco lattes
Orientador(a): Oshiro, Lidia Miyako Yoshii
Banca de defesa: Oshiro, Lidia Miyako Yoshii, Masunari, Setuko, Pereira, Vania Filippi Gourlat Carvalho Pereira
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10793
Resumo: A espécie Uca victoriana von Hagen, 1987 é um caranguejo pertencente à família Ocypodidae, típico de zonas entremarés, caracterizado por um forte dimorfismo sexual. O presente trabalho teve como objetivo obter informações sobre a biologia populacional, mais especificamente em relação à estrutura populacional, distribuição espacial e aspectos reprodutivos de U. victoriana do manguezal de Itacuruçá/Coroa Grande localizado na Baía de Sepetiba, RJ. Foi estabelecido um transecto com três áreas na margem direita do rio da Draga, onde cada área tinha 10 m de comprimento por 2,25 m de largura. Os caranguejos foram coletados mensalmente durante o período de novembro de 2010 a outubro de 2011. Os animais foram coletados utilizando-se um quadrat de 30 x 30 cm, realizando-se três réplicas aleatórias em cada parcela. No laboratório os animais foram separados por sexo e tomadas as medidas biométricas, como a largura da carapaça, comprimento total, largura do abdome, comprimento do maior quelípodo, altura do maior quelípodo e comprimento do gonopódio. Amostras do sedimento foram coletadas nas três áreas para determinar a composição granulométrica. Foi coletado um total de 529 indivíduos no período de estudo, dos quais 89 eram machos, 97 fêmeas não ovígeras, 16 fêmeas ovígeras e 327 juvenis. Quanto à estrutura populacional, a distribuição de frequência em machos e fêmeas foi unimodal. O tamanho médio da LC dos machos foi de 4,97 ± 1,53 mm e das fêmeas de 5,64 ± 1,73 mm. A análise de comparação do tamanho entre os sexos demonstrou que as fêmeas são significativamente maiores (U= 23741,5; p< 0,001) em relação aos machos. A proporção sexual da população foi de 1,94:1 (M:F), com predominância de machos. Na distribuição espacial, houve maior abundância de animais na área 2, onde a predominância de juvenis, fêmeas ovígeras e fêmeas não ovígeras foi superior em relação às outras áreas. O tamanho médio das fêmeas ovígeras foi de 6,67 ± 0,60 mm, variando de 5,38 a 7,70 mm. A fecundidade média foi de 424 ± 186 ovos, com uma amplitude de 211 a 886 ovos. O tamanho médio dos ovos foi de 0,292 ± 0,011 mm, com uma amplitude de 0,27 a 0,30 mm. O pico de recrutamento ocorreu no mês de abril. A maturidade morfológica das fêmeas foi estimada para o tamanho de 5,0 mm e dos machos de 5,9 mm de LC. Conclui-se, que a população de U. victoriana do manguezal estudado demonstrou ser estável, apresentando juvenis durante todos os meses. A distribuição de U. victoriana não foi influenciada pela temperatura e granulometria, sugerindo que outros fatores como a abundância de árvores ou fatores bióticos podem estar influenciando sua distribuição neste manguezal. A fecundidade encontrada nesta população se correlaciona com o tamanho das fêmeas, como ocorre na maioria dos braquiúros. O período reprodutivo foi sazonal, com maior frequência de fêmeas ovígeras nos meses de setembro e outubro.