Biologia populacional de Chasmagnathus granulatus Dana, 1851 (Crustacea, Decapoda) na Baía de Guanabara, RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Silva, Alessandra Araújo lattes
Orientador(a): Oshiro, Lidia Miyako Yoshii lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal
Departamento: Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10868
Resumo: O objetivo deste trabalho foi obter conhecimento sobre a biologia populacional de Chasmagnathus granulatus Dana, 1851 do manguezal de Piedade na APA Guapimirim, na Baía de Guanabara, RJ. Foram determinadas três áreas de estudo (A1, A2 e A3), que foram amostradas mensalmente, durante as marés baixas (CPUE, um coletor durante 15 min em cada área). As coletas foram efetuadas durante o período de Julho/2005 a Junho/2006. Juvenis foram coletados através de um quadrado, com cinco amostras em cada área. No laboratório, os caranguejos foram sexados e medidos com um paquímetro (0,01 mm de precisão) e a morfologia das gônadas, gonopódio e abdome foram observados de acordo com a forma e aspectos macroscópicos. Um total de 1049 espécimes foi amostrado, sendo reconhecidos cinco morfotipos: machos imaturos (39), machos maduros (438), fêmeas imaturas (83), fêmeas maduras (306) e juvenis (23). Foram ainda obtidos 160 juvenis através do quadrado. A distribuição espaço-temporal foi verificada através do número de indivíduos capturados ao longo dos meses e das áreas estudadas. Os caranguejos foram freqüentes ao longo de todo o período estudado e distribuíram-se por todas as áreas de estudo, com fêmeas ovígeras e juvenis demonstrando preferência pela área 2. A estrutura populacional foi verificada através da distribuição de freqüência das classes de tamanho (obtendo-se 08 classes de 5,0 mm cada); machos atingiram tamanhos similares (20,39 ± 5.98 mm de largura da carapaça) as fêmeas (19,2 ± 5,26 mm de largura da carapaça) e as maiores classes de tamanho (28,8-32,4 e 32,4-36,0 mm de largura da carapaça). Obteve-se uma distribuição unimodal para machos e fêmeas (20,1-25,0 mm de largura da carapaça), com ambos demonstrando crescimento durante a primavera-verão. A razão sexual foi próxima de 1:1, favorecendo os machos, com predomínio destes na área 1 e nos meses de outubro/2005 e abril/2006. O recrutamento mostrou-se sazonal ocorrendo na primavera. O período reprodutivo foi analisado através do número de fêmeas (ovígeras e não ovígeras) ao longo dos meses e foi considerado sazonal ocorrendo durante o inverno. Houve uma correlação inversa entre o período reprodutivo e fatores ambientais. A fecundidade foi obtida usando sub-amostras da massa de ovos dissociada. O tamanho médio dos ovos foi 0,23 ± 0,01 mm e o volume 0,0065 ± 0,01 mm3, tendo ambos aumentado de valores conforme as mudanças do estágio de desenvolvimento. A fecundidade média foi 25.185 ± 15.050 ovos. A maturidade fisiológica nos machos revelou valores similares de largura da carapaça (17,2 mm) em relação àqueles obtidos pelas análises morfométricas (17,17 mm e 18,46 mm). Nas fêmeas a maturidade fisiológica ocorreu em 18,9 mm e na determinação da maturidade morfológica, obtiveram-se dois pontos de inflexão: 17,96 e 22,48 mm de largura da carapaça. Conclui-se, portanto, que para a população de Piedade, a estrutura do microhábitat é um importante fator para distribuição das espécies, o recrutamento e o período reprodutivo são eventos sazonais, a maturidade sexual morfológica e fisiológica, em machos e fêmeas, ocorrem de forma síncrona e que o alto potencial reprodutivo e o tamanho maior dos indivíduos podem estar associados a uma maior entrada de matéria orgânica no ambiente e à eutrofização das águas da Baía de Guanabara.