Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Raimundo, Juliana Macedo
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Orientador(a): |
Baldani, Cristiane Divan |
Banca de defesa: |
Baldani, Cristiane Divan,
Massard, Carlos Luiz,
André, Marcos Rogério |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
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Departamento: |
Instituto de Veterinária
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14209
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Resumo: |
Os hemoparasitos Mycoplasma spp. e Cytauxzoon felis são micro-organismos com potencial para causar anemia e demais condições debilitantes em felinos domésticos. O objetivo do presente estudo foi detectar molecularmente a infecção por hemoplasmas e Cytauxzoon felis em gatos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, associando-a aos dados hematológicos. Dos 197 gatos amostrados, 45 (22,8%) foram positivos pela Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (qPCR) para Mycoplasma spp. e 22 (11,2%) apresentaram estruturas epieritrocíticas sugestivas na pesquisa direta em esfregaço sanguíneo. A frequência de infecção das espécies de hemoplasma pela PCR, utilizando oligonucleotídeos espécie-específicos, foi 4,6%, 4,6% e 11,7% para M. haemofelis (Mhf), ‘Candidatus M. turicensis (CMt) e ‘Candidatus Mycoplasma haemominutum’ (CMhm), respectivamente. ‘Candidatus M. haemominutum’ constitui, portanto, a espécie de maior ocorrência na população de gatos estudada. Foram identificadas coinfecções entre Mhf e CMhm (1,0%), Mhf e CMt (0,5%) e CMhm e CMt (0,5%), assim como coinfecção tripla em um animal (0,5%). Não foi observada diferença na distribuição de Mycoplasma spp. entre os animais provenientes dos municípios da Baixada Fluminense (23,9%) e Rio de Janeiro (21,3%). No entanto, constatou-se maior distribuição de gatos positivos para ‘Candidatus M. haemominutum’ e ‘Candidatus M. turicensis’ no município do Rio de Janeiro. Já a infecção por M. haemofelis foi maior na Baixada Fluminense, cujos gatos apresentaram cinco vezes mais chance de se infectarem por este agente (p>0,05). Os picos de infecção por Mycoplasma spp., M. haemofelis e ‘Candidatus M. haemominutum’ foram maiores no verão, por outro lado, ‘Candidatus M. turicensis demonstrou pico de infecção no inverno, tais achados não foram significativos estatisticamente (p>0,05). No tocante às alterações hematológicas associadas à infecção por M. haemofelis, constatou-se anemia predominantemente do tipo macrocítica hipocrômica (p<0,01), linfocitose (p<0,03), trombocitopenia (p<0,04) e presença de monócitos ativados (p<0,04). Por outro lado, nenhum parâmetro hematológico relevante à micoplasmose felina foi associado à infecção pelos hemoplasmas ‘Candidatus M. haemominutum e ‘Candidatus M. turicensis’. Tais achados confirmam a distinta patogenicidade das espécies de hemoplasmas. Quanto aos fatores associados à ocorrência de micoplasmose em felinos do Rio de Janeiro, gatos machos são mais propensos à infecção por M. haemofelis e ‘Candidatus M. haemominutum (p<0,01), tal relação, no entanto, não foi observada na infecção por ‘Candidatus M. turicensis’ (p>0,05). Embora sem associação estatística, gatos adultos apresentaram mais chances de se infectarem por hemoplasmas (p>0,05). Todos os animais foram negativos para Cytauxzoon felis pela PCR, embora tenham sido evidenciadas formas de piroplasma em hemácias de dois animais. Os resultados demonstram a ocorrência das três espécies de micoplasmas hemotróficos e de piroplasmas na região metropolitana do Rio de Janeiro e denotam seu potencial como causador de anemia. Consequentemente, o conhecimento da doença bem como dos fatores relacionados à sua ocorrência são necessários para a adoção de medidas preventivas visando à saúde animal. |