Avaliação hematológica, bioquímica, clínica e diagnóstico molecular de agentes micoplasmas hemotróficos em cães domésticos oriundos de abrigos da região metropolitana do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Aline Tonussi da lattes
Orientador(a): Baldani, Cristiane Divan
Banca de defesa: Baldani, Cristiane Divan, Souza, Aline Moreira da, Machado, Carlos Henrique
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14160
Resumo: Os hemoparasitos micoplasmas hemotróficos são bactérias gram-negativas, que se fixam obrigatoriamente na superfície dos eritrócitos, levando a deformação desta. O objetivo do presente estudo foi detectar molecularmente a infecção por hemoplasmas em cães de abrigos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, associando-a aos dados hematológicos, bioquímicos e alterações clínicas. Dos 222 cães amostrados, 20,27% (45/222) foram positivos pela Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (qPCR) para Mycoplasma spp.. A frequência de infecção das espécies de hemoplasma pela PCR, utilizando oligonucleotídeos espécie-específicos, foi 13,06% (29/222), 0% (0/222) e 2,25% (5/222), respectivamente para M. haemocanis (Mhc), ‘Candidatus M. turicensis (CMt) e ‘Candidatus Mycoplasma haematoparvum/ haemominutum’ (CMhp/m). M. haemocanis constitui, portanto, a espécie de maior ocorrência na população de cães estudada. Foram identificadas coinfecções entre CMhp/m e Mhc em 1,35% (3/222) dos cães. No tocante às alterações hematológicas associadas à infecção por Mycoplasma spp., constatou-se hiperproteinemia plasmática refratométrica (p=0,0010). Não foi observada associação entre a infecção por hemoplasmas e a ocorrência de anemia ou alterações leucocitárias. Nas alterações da bioquímica sanguínea, evidenciou-se diferença significativa na proteína sérica (p=0,0291), globulina (p=0,0253), creatinina (p=0,0279), fosfatase alcalina (p=0,0242). Adicionalmente, a azotemia foi estatisticamente (p=0,0023) associada à infecção. Os resultados observados na avaliação de cães positivos para Mhc demonstram haver diferença significativa na proteína plasmática total (p=0,0012) e hiperproteinemia foi associada à infecção (p=0,0238). Houve diferença significativa no parâmetro fosfatase alcalina (p=0,0173) e uréia (p=0,0401), com a azotemia sendo associada á infecção (p=0,0061). Os resultados observados na avaliação de cães positivos para CMhp/hm demonstram que a ALT (alanina aminotransferase) foi associada à infecção (p=0,0301). Quanto aos fatores associados à infecção por Mycoplasma spp., apenas gênero (p=0,0062) e idade (p=0,0041) foram associadas à infecção. Não apresentaram associação estatística com o agente histórico de brigas, acesso a rua, castração, histórico de pulgas, histórico de carrapatos, presença de pulgas e presença de carrapatos. A frequência dos principais achados de anamanse e exame clínico dos cães positivos para Mycoplasma spp. foram a linfadenopatia (37,8%), lesões de pele compatíveis com sarna (28,9%), TPC >2 (31,1%), afecções bucais (15,5%) e histórico de erlichiose (13,3%). Consequentemente, o conhecimento da doença bem como dos fatores relacionados à sua ocorrência são necessários para a adoção de medidas preventivas visando à saúde animal.