Hemoplasmas em gatos domésticos: prevalência e sua associação à infecção natural pelos vírus das imunodeficiência e/ou leucemia felinas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Macieira, Daniel de Barros lattes
Orientador(a): Menezes, Rita de Cássia Alves Alcantara de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9643
Resumo: As doenças infecto-contagiosas possuem uma alta morbidade entre os gatos domésticos e um diagnóstico impreciso ou retardado pode resultar no óbito do paciente. A associação entre infecções pelos vírus da imunodeficiência (FIV) e/ou leucemia (FeLV) felina com hemoplasmas possui grande importância na clínica médica, uma vez que os agentes podem agir de modo sinérgico elevando os riscos para os animais acometidos. Devido ao fato de inexistirem no Brasil estudos que analisem criticamente a associação entre estes retrovírus e os hemoplasmas, o presente trabalho teve como objetivo determinar a prevalência e possíveis fatores associados para as infecções por Mycoplasma haemofelis (Mhf) e Candidatus M. haemominutum (Mhm) em gatos domésticos, testados para a presença de FIV e FeLV, através de um kit comercial baseado na metodologia de ELISA. Com base no teste sorológico, os gatos foram agrupados como i) FIV-positivos (n=25); ii) FeLV-positivos (n=39); iii) FIV/FeLV-positivos (n=8); e iv) FIV/FeLV-negativos (n=77), ou grupo de referência para as comparações. Hemogramas foram seguidos da extração/purificação de DNA, reação em cadeia da polimerase espécie-específica para a detecção de Mhf e Mhm e Southern Blot/hibridização (SB) para todos os animais. Entre os 149 animais testados, 16,8%, 26,2% e 5,4% foram soropositivos para FIV, FeLV e ambos os retrovírus respectivamente. Fatores associados à infecção por retrovírus incluíram idade média mais elevada (FIV, p<0,001), condição reprodutiva castrado e histórico de brigas/mordidas (FIV, p=0,033 e <0,001 respectivamente); presença de pulgas (FeLV, p=0,018); transfusão de sangue e acesso ao ambiente externo (FIV/FeLV, p=0,028 e 0,033 respectivamente). Dentre as alterações clínicas avaliadas, anorexia e mucosas pálidas (FIV, p=0,004 e 0,034 respectivamente); letargia/depressão, icterícia e taquicardia (FeLV, p=0,033, 0,036 e 0,003 respectivamente) foram identificadas. Dentre os parâmetros hematológicos a anemia esteve associada a presença de FIV (p=0,012) e FeLV (p<0,001) enquanto a trombocitopenia esteve apenas associada a infecções por FIV (p=0,015). Animais com FIV ou com dupla infecção (FIV e FeLV) tiveram uma contagem de leucócitos reduzida (p=0,021 e 0,012 respectivamente). O DNA de Mhf foi achado em 4,0%, 2,6%, 12,5% e 7,8% dos gatos dos grupos i, ii, iii e iv, respectivamente, enquanto 32,0% 5,1%, 50,0% e 5,2% desses animais tinham infecções por Mhm. Fatores inerentes ao hospedeiro que apresentaram associação com a presença do DNA de hemoplasmas incluíram o estado retroviral (p=0,001), histórico de brigas/mordidas (p=0,003), acesso ao ambiente externo (p=0,001), coabitar com outros gatos (p=0,008) e mucosas pálidas (p=0,033). O modelo de regressão logística usado mostrou que gatos com FIV (OR=4,25, p=0,009) e animais duplamente infectados para FIV e FeLV (OR=7,56, p=0,014) estavam em maior risco de serem infectados por hemoplasmas do que animais negativos para ambos os retrovírus, principalmente em virtude de infecções por Mhm (OR=8,59, p=0,001 e OR=18,25, p=0,001 respectivamente). Entre os animais de raça definida, a positividade para FIV estava associada com infecções para hemoplasmas (OR=45, p=0,001).