Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Leal, Joliene do Nascimento
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Orientador(a): |
Monteiro, Aloisio Jorge de Jesus
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Banca de defesa: |
Freire, José Ribamar Bessa,
Benevenuto, Mônica Aparecida Del Rio |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
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Departamento: |
Instituto de Ciências Humanas e Sociais
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13196
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Resumo: |
O debate sobre as diferenças culturais e a relevância de se garantir representação das identidades culturais nos diversos campos sociais, incluindo o educacional, tem se intensificado nos últimos anos do século XX e início do século XXI. A proposta pedagógica tem sido constantemente debatida, pois se percebeu que através dela as instituições escolares podem promover tanto a inclusão quanto a exclusão dos diferentes saberes presentes na sociedade. É nela que são incorporados os vários significados presentes em tantos conceitos, materializados na prática escolar. Nesse sentido a presente pesquisa tem como objetivo principal verificar se acontece o diálogo das diferenças no currículo de formação superior indígena, mais especificamente do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu, da UFGD, e as possíveis tensões produzidas pelo encontro de diferentes conhecimentos - conhecimentos cientìficos, ditos “legìtimos”, universal e os conhecimentos tradicionais indígenas, particulares. Buscou-se saber em que medida a universidade, que em princípio almeja a construção de um conhecimento universal, é capaz de acolher no seu currículo, os conhecimentos particulares, tendo como questionamento central: Qual o lugar das memórias e saberes indígenas na construção da matriz curricular do curso de formação superior indígena? Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo etnográfica, que seguindo o ponto de vista de Macedo, preocupa-se primordialmente com os processos que constituem o ser humano em sociedade e em cultura e compreende esta como algo que atravessa toda e qualquer ação humana e os etnométodos que aí se dinamizam. Por privilegiar a análise dos planos político, educacional e cultural, buscou-se não descuidar das relações e interseções que esses planos estabelecem com o social. A análise dessas relações e intercessões foi aprofundada, através de dados coletados a partir de três procedimentos: entrevistas semi-estruturadas com os professores, coordenador e estudantes do curso; análise documental e análise bibliográfica. Os resultados da pesquisa permitem inferir que é inegável o avanço que se teve no campo da educação superior indígena nessa primeira década do século XXI. Constatou-se, que os cursos com proposta intercultural, ao sugerir a re-significação dos conteúdos escolares e propor alterar os processos de avaliação e organização do trabalho docente, desconstroem a própria cultura e identidade escolar construídas há tantos séculos pelo projeto modernizador. Não há dúvidas de que as políticas públicas referentes à educação escolar indígena e ao reconhecimento de que ela deva ser pautada pela interculturalidade avançaram, mas infelizmente ainda existe uma distância muito grande entre a organização disciplinar pautada no pensamento ocidental e os modos indígenas de conceber o mundo e o conhecimento. Em síntese, diante das análises até aqui desenvolvidas, é fundamental considerar que o Curso de Licenciatura Intercultural Indígena Teko Arandu é um caminho possível. Segundo os depoimentos, o curso tem possibilitado a troca de experiências e a construção coletiva de saberes. Porém, não tem sido fácil articular essa formação com o cotidiano da ação escolar e docente e com os conhecimentos curriculares. |