Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Silva, Júlia Barbosa
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Orientador(a): |
Almeida, Rosiléia Oliveira de
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Banca de defesa: |
Vieira, Fábio Pessoa,
Guerra, Denise Moura de Jesus,
Almeida, Rosiléia Oliveira de |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE)
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36377
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Resumo: |
A lacuna entre ciência e tradição destaca-se como uma das dicotomias da ciência moderna. Como consequência desse distanciamento temos a universalização e consideração dos conhecimentos científicos como superiores às custas da repressão dos conhecimentos das comunidades tradicionais. O diálogo de saberes se apresenta como uma proposta de horizontalizar as relações entre as diferentes formas de conhecimento, no sentido de possibilitar o intercâmbio entre eles. Nessa perspectiva, o Projeto Tamar revela-se como um Projeto que trabalhou desde o início em coadjuvação com as comunidades locais de pescadores das áreas onde atua. Em 2005 fundou a Escolinha do Tamar, localizada em Arembepe/BA, constituindo um espaço de Educação Ambiental, Inclusão Social e Valorização Cultural, que entre 2013 e 2019 desenvolveu a produção de cartilhas educativas pelos alunos, contando com a colaboração de professores, pescadores e pessoas da comunidade local. Tomando como base esse contexto, esta pesquisa se divide em quatro artigos que objetivam, de forma geral, analisar os limites e as potencialidades nas cartilhas da Escolinha Tamar em Arembepe/BA para a promoção do diálogo de saberes entre conhecimentos científicos e conhecimentos tradicionais na perspectiva intercultural crítica. Quanto aos objetivos específicos, destacam-se: analisar a(s) perspectiva(s) de relação entre saberes científicos e tradicionais e os impactos socioculturais do Projeto Tamar nas comunidades locais, a partir da pesquisa documental e revisão sistemática de literatura; discutir como os conhecimentos científicos e tradicionais podem dialogar a partir de uma perspectiva intercultural crítica, utilizando a metodologia de revisão bibliográfica; contextualizar o processo de produção e uso das cartilhas da Escolinha de Arembepe/BA a partir da perspectiva de professoras e comunidade, utilizando entrevistas narrativas e semiestruturadas; e, analisar como os conhecimentos científicos e tradicionais são abordados nas cartilhas, discutindo limites e potencialidade de utilização como material educativo na perspectiva intercultural crítica, a partir da análise de conteúdo. Com base nos estudos desenvolvidos, é possível identificar que o Projeto Tamar desperta um sentimento de apreciação pelas pessoas que fazem ou fizeram parte da Fundação em algum momento, estabelecendo forte relação com as comunidades locais ao longo de sua história. Contudo, identifica-se certa limitação nas pesquisas desenvolvidas com essas comunidades, de forma que: a) a maioria dos trabalhos referem-se à assimilação dos conhecimentos científicos no que diz respeito à biologia e à conservação das tartarugas marinhas por parte das populações locais; e b) para que seja possível a realização do estudo acerca dos impactos socioculturais do Projeto Tamar, deve-se considerar a especificidade de cada local, levando em conta a diversidade cultural que percorre o litoral do Brasil. Observa-se, ao longo dos artigos, algumas contradições tanto nos materiais acadêmicos consultados acerca dos impactos socioambientais nas comunidades locais, quanto nos discursos coletados ao longo das entrevistas referentes ao objetivo delimitado pela Escolinha do Projeto Tamar e ao processo de distribuição das cartilhas. Quanto a essas últimas, a análise realizada permite identificar a diferença de abordagem entre as cartilhas de 2015 e 2019, de forma que esta dá maior destaque a aspectos culturais, enquanto naquela, predominam aspectos biológicos da tartaruga marinha e seu ciclo de vida. De forma geral, os dois materiais possibilitam trabalhar a perspectiva intercultural crítica. |