Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Makita, Mário Tatsuo
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Orientador(a): |
Baroni, Francisco de Assis
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Banca de defesa: |
Baroni, Francisco de Assis,
Ramadinha, Regina Helena Ruckert,
Costa, Gisela Lara da |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
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Departamento: |
Instituto de Veterinária
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14094
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Resumo: |
O gênero Malassezia compreende 18 espécies de leveduras lipofílicas e lipodependentes, componentes naturais da microbiota da pele dos animais endotérmicos, incluindo humanos, e conhecido agente oportunista em dermatites e otites. A maior parte da casuística de otite fúngica em cães é atribuída a M. pachydermatis, mas espécies lipodependentes também podem ser agentes desta afecção, sendo possível a ocorrência de subdiagnósticos. Na rotina clínica veterinária, é comum o uso do exame direto de amostras otológicas como ferramenta auxiliar para direcionar uma melhor conduta terapêutica. Tendo os pontos mencionados em vista, o trabalho objetiva realizar isolamento de Malassezia spp. a partir de amostras de cerúmen de cães e gatos com otite, identificando-as a nível de espécie, observar a presença da Malassezia em infecções otológicas mistas ou puras, verificar in vitro a produção dos principais fatores de virulência inerentes à patogenicidade e correlacionar esses resultados com a natureza da infecção. Foram utilizadas 170 amostras oriundas dos condutos auditivos externos de 94 cães e 11 gatos com otite clínica, encaminhadas ao Laboratório de Leveduras Patogênicas e Ambientais da UFRRJ, onde foram semeadas nos meios Agar Dixon Modificado e Agar Sabouraud Dextrose 2% com Cloranfenicol. Foram realizados testes clássicos para identificação fenotípica, como preconizado por Kurtzman et al. (2011), análise proteômica por MALDI-TOF MS e bioquímico por VITEK® 2 para confirmação da identificação. Para análise da virulência foram testadas as produções de proteases, fosfolipase, lipases, esterases e hemolisina. Dos 105 animais, 63% (66) animais possuiam Malassezia spp. nas suas amostras, sendo uma delas lipodependente, e 37% (39) não tinham a levedura. O valor preditivo positivo e negativo do exame direto foi de 75,58 e 67,19%, respectivamente. A sensibilidade do exame em relação ao isolamento foi de 75,58% e 67,19% de especificidade. Não houve diferença significativa entre a recuperação das leveduras no diagnóstico em Agar Sabouraud Dextrose 2% e Agar Dixon Modificado. Na identificação por espectrofotometria de massa obteve-se 82% de acurácia na identificação dos isolados, não havendo scores mínimos de identificação para as restantes. O VITEK® 2, identificou erroneamente as amostras analisádas. Para os testes enzimáticos, 100% (96) das amostras foram positivas para a produção de proteases e lipases. Apenas uma amostra não foi produtora de fosfolipase e esterase. 89% (86) das amostras foram positivas para a produção de hemolisina. Percebe-se que a utilização do Agar Dixon Modificado é importante na rotina laboratorial de diagnóstico microbiológico de otites canina e felina, para ampliar a gama de espécies de Malassezia diagnosticadas. O exame direto, realizado no laboratório, mostrou ser um bom indicador para a presença da levedura, mas não necessariamente para indicar seu envolvimento na infecção. Conclui-se que não há diferença entre o uso de ASD e ADM no diagnóstico laboratorial da Malassezia. Além disso, essas leveduras possuem alta atividade enzimática in vitro, possivelmente integrando a patogênese da otite microbiana, mesmo quando não aparentam ser o principal agente envolvido, como nos casos de otites mistas, incluindo os casos comb baixas contagens no isolamento. |