Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Peixoto, Anna Julia Rodrigues
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Orientador(a): |
Coelho, Cássia Maria Molinaro
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Banca de defesa: |
Coelho, Cássia Maria Molinaro,
Baldani, Cristiane Divan,
Miranda, Marcos Lopes de |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
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Departamento: |
Instituto de Veterinária
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14081
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Resumo: |
A sepse é uma síndrome que induz alterações celulares, microcirculatórias e hemodinâmicas ante uma infecção, provocando disfunções em sistemas orgânicos e altas taxas de mortalidade. É reconhecida e amplamente estudada em humanos porem na medicina veterinária os dados da literatura são pouco contundentes e por vezes discrepantes. Sobre a sepse em cães, quase que a totalidade dos estudos ainda utilizam os critérios SRIS para identificação da síndrome, embora já seja discutido a limitação desta ferramenta diagnóstica também nesta espécie. Além disso, alguns poucos estudos apontam para a forte correlação entre a disfunção de órgãos e a mortalidade provocada pela sepse em cães, assim como já demonstrado em humanos. Desta forma, este estudo tem a proposição de determinar, a partir de cadelas portadoras de piometra: incidência da sepse; mortalidade; fatores de risco para o desenvolvimento da sepse; bem como, a prevalência, quantidade e fatores de risco das disfunções orgânicas para a mortalidade na sepse. O estudo foi desenvolvido no período de 2017 a 2019 a partir de cadelas admitidas no Hospital Veterinário da UFRRJ com diagnóstico ultrassonográfico sugestivo de piometra. As variáveis estudadas (epidemiológicas, clínicas e laboratoriais) foram coletadas na admissão do paciente. Todas as cadelas foram tratadas cirurgicamente e acompanhadas por 90 dias. O óbito foi considerado até o décimo quarto dia. Os critérios para identificação da disfunção de órgãos foram: PAS via doppler <90 mmHg; Escala de Coma de Glasgow Modificada para Cães ≤13 pontos; plaquetometria <200.000 cel/μl; bilirrubina total sérica >0,5 mg/dl e creatinina sérica >1,7 mg/dl. Cadelas sem disfunção foram alocadas no grupo piometra (P); com uma ou mais disfunções e sobreviventes no grupo sepse sobreviventes (SS) e; com uma ou mais disfunções e não sobreviventes no grupo sepse óbitos (SO). Foram incluídas 130 cadelas com média de 8±4 anos e 14±10 kg, sendo alocadas 29 cadelas no grupo P, 89 em SS e 12 em SO. A ocorrência de sepse foi de 78%. Nos pacientes com sepse (SS), a disfunção orgânica mais prevalente foi a hemostática, seguida da hepática, neurológica, cardiovascular e renal. A disfunção renal foi a mais prevalente no grupo SO, aumentando em 31 vezes o risco de mortalidade. A quantidade de disfunções no mesmo paciente foi significativamente maior no grupo SO, com mais de 50% dos pacientes apresentando 3 ou mais disfunções. A disfunção cardiovascular aumenta em 8 vezes a chance de óbito e a presença de 4 disfunções aumenta em até 20 vezes a chance de óbito. Nossos resultados inferem uma dinâmica da morbidade e mortalidade da sepse similar a descrita em humanos, onde o tipo e quantidade de disfunções orgânicas presentes são mais importantes que o tipo de infecção e a presença de uma resposta inflamatória sistêmica para predizer morbidade e mortalidade. As disfunções orgânicas estudas são preditores de mortalidade na sepse em cães e acreditamos que os critérios clínicos definidos no último consenso (Sepsis-3) pela medicina, possam ser extrapolados para a espécie canina. |