Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
CABRAL, João Victor Batista |
Orientador(a): |
OLIVEIRA, Dinaldo Cavalcanti de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Inovacao Terapeutica
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48869
|
Resumo: |
As cardiopatias congênitas são definidas como anormalidades estruturais e funcionais do coração e grandes vasos. A síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS) e a sepse são graves problemas de saúde pública com impactos negativos. O receptor desencadeante expresso em células mielóides tipo 1 (TREM-1) é um marcador de processos inflamatórios e infecciosos e deste modo poderá ser uma ferramenta útil para previsão e evolução da SRIS e da sepse. Objetivou-se determinar a validade do TREM-1 na SRIS e sepse na cirurgia cardíaca pediátrica. Foram feitas duas revisões e o estudo original, exploratório, translacional do tipo corte transversal com 32 pacientes pediátricos submetidos a cirurgia cardíaca. A dosagem do TREM-1 foi feita através da técnica ELISA. Do pré para o pós- operatório houve diferença significativa das concentrações do sTREM-1 (pré= 201,39 pg/mL ± DP 99,84, pós= 302,74 pg/mL ± DP 171, p = 0,002). Nos pacientes submetidos à CEC sTREM-1 foi maior (307,53 pg/mL) quando comparado àqueles sem CEC (292,19 pg/mL, p <0,001). Em relação a sepse, tanto no pré, quanto no pós-operatório, a média do sTREM-1 foi maior nos pacientes com sepse (pré= 218,51 pg/mL versus 193,41 pg/mL, p < 0,001 / pós= 394,58 pg/mL versus 239,93 pg/mL p < 0,001). Quanto aos desfechos (alta e óbito), os valores médios do sTREM-1 foram maiores nos pacientes que evoluíram a óbito tanto no pré (207,22 pg/mL versus 203,26 pg/mL, p < 0,001) quanto no pós-operatório (652,97 pg/mL versus 279,39 pg/mL, p < 0,001). A curva ROC do sTREM-1 e sepse, verificou-se que a AuROC foi de 0,761 com IC de 95% (0,587- 0,935), p= 0,013. O ponto de corte diagnóstico da sepse foi de 283,53 pg/mL (sensibilidade 0,769, especificidade 0,789, índice de Youden: 0,56, RVP 3,64455 e RVN 0,292776). Na análise da curva ROC do sTREM-1 e o desfecho óbito, verificou-se que a AuROC foi de 0,921 com IC de 95% (0,773-1,000), p = 0,05. O ponto de corte para óbito foi de 397,00 pg/mL (sensibilidade 1,000, especificidade 0,833, índice de Youden: 0,83, RVP 5,988024 e RVN 0). Em relação aos valores médios de sTREM-1 no pré-operatório em comparação às categorias do RACHS-1, houve diferença significativa entre a categoria C4 (241,33 pg/mL) e C3 (161,5 pg/mL) (p=0,019), e no pós-operatório, entre a categoria C4 (355,82 pg/mL) e as demais C1 (222,53 pg/mL), C2 (291,02 pg/mL) e C3 (296,66 pg/mL) (p= 0,005; 0,040; e 0,040, respectivamente). Os valores médios de sTREM-1 no pré-operatório em comparação às categorias do TISS-28, apresentaram diferença significativa entre a categoria C4 (241,33 pg/mL) e C3 (161,5 pg/mL) (p=0,020) e no pós-operatório, entre as categorias C2 (275,22 pg/mL) e C4 (355,82 pg/mL) (p= 0,040). A Rede Bayesiana demonstrou maior probabilidade de sepse relacionada às concentrações pós-operatórias de PCR pós-operatória >71 mg/dL, leucograma >14.000 cél/μL e sTREM-1 > 283,53 pg/mL. Concluímos que o TREM-1 é um biomarcador válido para o diagnóstico, diferenciação e prognóstico da SRIS e da sepse em crianças submetidas à cirurgia cardíaca. Identificamos pontos de corte com excelente sensibilidade e especificidade para sepse e óbito nesta população. |