Importância de Anaplasma Phagocytophilum, Babesia caballi e Theileria equi como agentes etiológicos associados a equinos com suspeita clínica de piroplasmose na mesorregião metropolitana do Rio de Janeiro – Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Albuquerque, Celina Vieira de lattes
Orientador(a): Botteon, Paulo de Tarso Landgraf lattes
Banca de defesa: Botteon, Paulo de Tarso Landgraf lattes, Baldani, Cristiane Divan lattes, Santos, Huarrisson Azevedo lattes, Castro, Camila de Valgas e Bastos lattes, Silveira, Julia Angelica Gonçalves da
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/18277
Resumo: A Piroplasmose Equina (PE) e Anaplasmose Granulocítica Equina (AGE) são enfermidades transmitidas por carrapatos ixodídeos, que acometem equinos em várias regiões do mundo. São causadas pelos protozoários Babesia caballi, Theileria equi e Theileria haneyi e pela bactéria Anaplasma phagocytophilum, respectivamente. As duas enfermidades podem se manifestar como condições subclínicas ou agudas, provocando doença febril inespecífica, o que dificulta a diferenciação clínica. No entanto, as abordagens terapêuticas são distintas. Estudos sorológicos e moleculares realizados em cavalos no Brasil evidenciaram a presença de A.phagocytophilum, mas a identificação desse agente em equinos com manifestações clínicas no país ainda são poucas, o que coloca em dúvida a sua relevância clínica. Desta forma, objetivou-se com o presente trabalho avaliar a importância de A. phagocytophilum, B. caballi e T. equi, como agentes etiológicos em equinos com manifestações clínicas sugestivas de PE, além de determinar a proporção de pacientes infectados com cada agente e descrever clínico e laboratorialmente os achados obtidos de acordo com o hemopatógeno identificado e, com isso, dar subsídios aos clínicos veterinários para a realização do diagnóstico, que orientará a escolha terapêutica. Amostras de sangue da veia jugular de animais que apresentassem pelo menos três sinais clínicos de PE foram submetidas a análises hematológicas e moleculares (qPCR). Dos 45 animais avaliados com sinais clínicos, em nenhum deles (0%) ocorreu detecção de A. phagocytophilum, em cinco (11,2%) foi detectado apenas de B. caballi, em 16 (35,5%) apenas de T. equi, sete (15,5%) demonstraram a presença dos dois hemoprotozoários e em 17 (37,8%) não houve detecção de DNA de nenhum dos agentes pesquisados. A análise estatística dos dados demonstrou que a PE é significativamente mais importante do que a AGE. Entre os casos de PE, T. equi foi o agente etiológico associado a maioria dos casos clínicos. Outras etiologias também podem causar síndromes com sinais inespecíficos em cavalos. Os sinais clínicos e os parâmetros hematológicos tendem a ser semelhantes nas doenças febris inespecíficas. Edema de membros demonstrou ser mais comum nos casos de outra etiologia do que nas infecções por T. equi e coinfecções por Piroplasmidas. Hiporexia é mais frequentemente observada nos casos de B. caballi do que nas coinfecções por Piroplasmidas e letargia está mais presente nos animais coinfectados pelos dois protozoários do que em outras causas. VCM e HCM também demonstraram tendência a um valor inferior nas coinfecções por Piroplasmidas quando comparada a outras causas. Por fim, AGE não deve ser considerada como uma suspeita principal nos casos de síndrome febril inespecífica na Mesorregião Metropolitana do estado do Rio de Janeiro. Protozoários causadores de PE em infecções simples ou múltiplas são frequentemente encontrados em cavalos com manifestações clínicas, representando um importante diagnóstico diferencial nos casos suspeitos nessa região. Os clínicos veterinários devem se atentar não só aos sinais clínicos e exames hematológicos, mas também ao histórico do animal e à epidemiologia da região para levantar a suspeita diagnóstica. Exames moleculares possibilitam a determinação de um diagnóstico definitivo e devem ser usados sempre que possível, guiando a escolha terapêutica adequada para cada caso.