Estudo da variabilidade genotípica de Rhipicephalus sanguineus (Latreille, 1806) (Acari, Ixodidae) de diferentes regiões geográficas do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Soares, Leonardo Burlini lattes
Orientador(a): Famadas, Kátia Maria lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11853
Resumo: O posicionamento taxonômico de carrapatos do grupo Rhipicephalus sanguineus é de difícil determinação por métodos fenotípicos e tem sido objeto de freqüentes revisões e debates contínuos. A diferenciação das espécies dentro desse grupo é de importância clínica, especialmente em medicina veterinária, devido a transmissão de diferentes patógenos. O estudo teve como objetivo avaliar a variabilidade genética de Rhipicephalus sanguineus provenientes de diferentes regiões geográficas do Brasil e preencher algumas lacunas no estudo da espécie. Este trabalho foi realizado nos laboratórios de: Ixodologia da Estação para Pesquisas Parasitológicas W. O. Neitz, Biologia Molecular e Acarologia, pertencentes ao Departamento de Parasitologia Animal, Instituto de Veterinária, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; e nos laboratórios de: Genética e Bioquímica, e Genoma da EMBRAPA Agrobiologia (RJ). Foram comparados fragmentos de DNA mitocondrial (DNA-mt) de R sanguineus do Espírito Santo (ES), Goiás (GO), Pará (PA), Rondônia (RO), Mato Grosso do Sul (MS), Rio de Janeiro (RJ) e Rio Grande do Norte (RN). Os resultados mostram que larvas em jejum, preservadas em etanol, das diferentes localidades apresentaram variabilidade genotípica considerando-se os genes 12S e 16S DNAr-mt. Para o gene 12S DNAr-mt, a amostra do Espírito Santo apresentou a maior diversidade genética em comparação às demais amostras brasileiras; já para o gene 16S DNAr-mt, o destaque pode ser dado à amostra do Rio de Janeiro, que apresentou os maiores valores de divergência em relação às demais seqüências. A variabilidade intraespecífica detectada entre os isolados variou de 0 a 6,6% em relação ao gene 12S DNAr-mt e de 0 a 2,7% em relação ao 16S DNArmt. Por outro lado, uma forte relação genética foi detectada entre os isolados brasileiros e R. sanguineus asiáticos (0-5,8% de variabilidade para 12S, e 0-1,3% para 16S DNAr-mt) e entre as amostras brasileiras e Rhipicephalus turanicus africanos (2,2-7,6% de diferença para 12S) enquanto populações de R. sanguineus da Argentina e Uruguai se relacionaram com R. sanguineus da França (seqüências de 12S idênticas); no tocante ao 16S, R. sanguineus de Israel apresentou moderada distância dos isolados brasileiros (3,6-5,8%). Esses resultados mostraram que as diferenças entre esses isolados brasileiros são grandes e até mesmo maiores do que poderia se esperar entre alguns deles, e que a sistemática de carrapatos R. sanguineus, tanto da América Latina quanto de países de outros continentes deve ser melhor e mais estudada. Amplas variações como estas podem justificar as diferenças mundiais relatadas para diversos parâmetros biológicos nessa espécie.