Milícias e relações de poder no bairro de Campo Grande, na Zona Oeste do município do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Azevedo, Mauro Lopes de
Orientador(a): Perruso, Marco Antonio
Banca de defesa: Perruso, Marco Antonio, Pinto, Nalayne Mendonça, Pessanha, Charles, Miagusko, Edson, Bringel, Breno
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11484
Resumo: Este trabalho buscou identificar as relações de poder vigentes no bairro de Campo Grande, localizado na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro em quadro configurado com base nas práticas políticas clientelísticas associadas às transformações motivadas pelo processo de crescimento intenso pelo qual o bairro vem passando. Atentamos para a existência dessa postura política no contexto da adoção das práticas econômicas do modelo relacionado ao capitalismo neoliberal. Foram utilizados diversos conceitos e categorias indicativas de ação política vinculadas ao debate acerca da aplicabilidade e coerência do termo coronelismo urbano e também em relação à discussão teórica no que concerne à permanência das relações de favorecimento pessoal, mesmo após os processos de modernização e industrialização vivenciado pelo país. Discorreu-se sobre a história do bairro, suas características e a importância política do Grupo do Triângulo, de forma mais acentuada durante o período da República Velha, junto ao Governo Federal e seus desdobramentos. Para melhor compreensão das ações empreendidas no sentido do exercício da cidadania, recorreu-se à cultura política do bairro, citando a trajetória de alguns políticos do bairro. As informações coletadas foram obtidas através de entrevistas, conversas informais e de pesquisa em jornais e revistas locais ou de maior alcance para a população. Estes métodos permitiram identificar a percepção, tanto de quem exerce algum tipo de cargo político ou das pessoas comuns em relação aos diversos aspectos relacionados ao local. O foco principal foi a análise dos grupos paramilitares, as chamadas milícias, que atuam no bairro, sua pretensa condição de preservar a segurança dos moradores, o modo violento de agir no sentido de exercer o controle social, o terror imposto à população, a questão econômica e seu envolvimento com a política local, inclusive exercendo cargos eletivos, levando a acreditar em projeto político de maior alcance, ao menos para garantir o controle nas áreas sob seu domínio. O estudo identificou também a contribuição de pessoas que exercem influência política na região e por isso estão sempre à sombra do poder, atuando de forma silenciosa, mas fundamental, propiciando a existência de redes de poder controlando o bairro.