Movimentos sociais e as experiências dos trabalhadores da comunidade quilombola Colônia do Paiol
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
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Departamento: |
Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu
Instituto de Educação |
País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Palavras-chave em Inglês: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9902 |
Resumo: | A presente pesquisa parte do objetivo de analisar a partir das experiências dos sujeitos, individuais e coletivos, da comunidade quilombola Colônia do Paiol, como se constrói a organização, enfrentamento e luta coletiva pelo território. Localizada na Zona Rural do município de Bias Fortes, região da Zona da Mata do Estado de Minas Gerais, a comunidade Colônia do Paiol recebeu a sua certificação pela Fundação Cultural Palmares no ano de 2005, fato que representou uma conquista histórica, já que a formação da comunidade data o final século XIX. Entretanto, inúmeros desafios ainda se colocam para a Colônia do Paiol, que se manifestam nas dimensões entre terra, território, trabalho e educação, o que vem levando a mobilização e organização de sujeitos coletivos em torno da Associação Quilombola Colônia do Paiol (AQUIPAIOL), criada em 2007 com objetivo de representar os moradores na busca por políticas públicas, além de promover ações culturais para afirmação da identidade quilombola. Tais experiências coletivas, construídas por homens e mulheres, nos faz indagar qual o lugar político ocupado pelo movimento social quilombola na realidade brasileira, ou seja, quais estratégias estão sendo conduzidas pelos quilombos para a superação dos processos de opressão, exploração e expropriação material-simbólica em seus territórios. Neste sentido, esta pesquisa investiga como se deu a formação da AQUIPAIOL, suas demandas e articulações com outros movimentos sociais, registrando as experiências de práticas, saberes e fazeres que refletem no caráter político e educativo da associação. Concomitante, busca-se inserir tais experiências no conjunto da realidade e totalidade brasileira, traçando os processos histórico-sociais e político-econômicos da formação das comunidades quilombolas, os conflitos e contradições da estrutura agrária brasileira e a importância dos movimentos sociais e das lutas populares no debate e disputa sociopolítica, que emergem e se constroem na sociedade civil. Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo, bibliográfico, utilizando-se dos procedimentos de análise documental, entrevistas abertas e semi-estruturadas para coleta de dados. O referencial teórico-metodológico está sustentado em autores que inserem os movimentos sociais populares na relação entre Estado e sociedade civil, trazendo as dimensões e tarefas políticas e educativas das organizações populares, fundamentais para a emancipação humana e superação do capitalismo. Um destes autores é Antonio Gramsci, especialmente na sua contribuição acerca dos temas que concernem à construção da hegemonia da classe trabalhadora, a questão da subalternidade, o lugar do campesinato no processo revolucionário e dos intelectuais orgânicos para a formação e elevação da consciência crítica das massas populares. Assim, espera-se que esta pesquisa possa contribuir para a necessidade de evidenciar e valorizar as experiências construídas pelas comunidades quilombolas quanto às suas formas de organização e luta coletiva pelo território, ao passo que refletir e construir novos léxicos para a compreensão do papel dos movimentos sociais populares nos processos e relações sociais e de poder na contemporaneidade brasileira. |