Juventudes e escola pública: uma análise do papel da escola a partir da perspectiva dos/as jovens negros/as de Angra dos Reis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Sílvia Bitencourt da lattes
Orientador(a): Oliveira, Luiz Fernandes de lattes
Banca de defesa: Oliveira, Luiz Fernandes de, Lins, Monica Regina Ferreira, Sousa, Maria Sueli Rodrigues de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
Departamento: Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu
Instituto de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/13188
Resumo: O conceito de juventude é compreendido por diferentes legislações brasileiras, por exemplo, o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Estatuto da Juventude, a partir de uma perspectiva que define a faixa etária como determinante do que é ser jovem. Essas legislações cumprem um importante papel, à medida que definem o/a jovem como sujeito de direito. No entanto, há muitas maneiras de ser jovem e experimentar essa faixa etária. Ser jovem envolve uma complexidade de variáveis e determinações, de modo que nos parece muito mais apropriado o conceito de juventudes. Neste sentido, compreendemos que as condições de raça, gênero e classe são determinantes para a compreensão das juventudes presentes na escola pública. Condições essas que não devem se sobrepor ou ser hierarquizadas, mas percebidas como necessárias para a compreensão da totalidade do sujeito e da sociedade. Os/as negro/as, desde o desenvolvimento das políticas educacionais na História da educação brasileira, vem lutando pelo direto à educação, das lutas individuaistravadas nas fazendas no período da escravidão, às organizações nos Quilombos, ao Movimento Negro, resultando em políticas de ações afirmativas nos tempos atuais. No entanto, o complexo cotidiano da escola pública revela que os/as jovens negros/as são os que maissofrem, devido ao racismo e à situação de classe: de um lado, muitos jovens vivendo/sobrevivendo a sua juventude de diferentes maneiras e necessidades e, de outro, o sistema educacional, representando os governos em sua maioria alinhados ao projeto do capitalismo, desejando formar para atender o mercado e a permanência do sistema. Confirmando, assim, a não neutralidade da escola, apesar do discurso falacioso do Movimento Escola Sem partido afirmar que a escola não deve tomar partido. O objetivo da pesquisa é justamente,a partir da perspectiva dos/as jovens negros/as, analisar o papel da escola pública em tempos de capitalismo neoliberal e buscar compreender o que é ser jovem negro/a e pobre em Angra dos Reis - RJ. Consideramos mais adequada a abordagem qualitativa, assim como a utilização da técnica de observação participante e a entrevista, como importantes meiosde buscar o diálogo e a escuta sensível dos/as jovens convidados a participar da pesquisa. A pesquisa revela jovens vivendo e percebendo esse momento de suas vidas, assim como analisando o papel da escola pública e a cidade de Angra dos Reis de forma bastante diferenciada. Confirmando, assim, o dever da escola enquanto espaço de formação para a transformação do status quo.