A extensão como instrumento de consolidação da formação do técnico em Recursos Pesqueiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Nakauth, Rogério Ferreira lattes
Orientador(a): Gregório, Sandra Regina
Banca de defesa: Gregório, Sandra Regina, Bastos, Ana Mena Barreto, Abreu, João Batista Rodrigues de, Abboud, Antonio Carlos de Souza
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação Agrícola
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/12258
Resumo: Considerando que a vivência de atividades práticas e a troca de experiência entre comunitários e estudantes podem contribuir para a aprendizagem e incrementar o significado do conhecimento técnico, este trabalho teve como objetivo geral utilizar a extensão comunitária como ferramenta de ensino e aprendizagem, para difusão de boas práticas no processo de elaboração de farinha de peixe “piracuí”, visando o fortalecimento da formação profissional do técnico em Recursos Pesqueiros. Os sujeitos desta pesquisa foram dez alunos do ultimo ano, os quais participaram de oficinas pedagógicas sobre Boas práticas na manipulação de alimentos e Elaboração de Piracuí. Após as oficinas os estudantes foram levados à comunidade rural onde observaram o processo de fabricação in loco e fizeram uma análise dos pontos críticos passíveis de intervenção. Após contextualização dos saberes técnico e cultural a cerca do processo, os estudantes voltaram à comunidade para realizar ação de intervenção sobre o processo produtivo visando melhoria da qualidade do produto final. O conhecimentocontextualizado, por meio das atividades realizadas foi verificado mediante utilização de questionário com Escala Likert aplicado em dois momentos (T incial: antes das oficinas; e T final: após o término do projeto) e por meio da elaboração de mapas conceituais em três momentos (T1: antes das oficinas; T2: antes da ação de intervenção e T3: após o termino do projeto). Foi realizada a caracterização físico-química e microbiológica do piracuí produzido na comunidade. Os resultados apontam aumentode 0,26 na média geral da pontuação atribuída às afirmativas, e 90% dos alunos apresentaram média crescente entre os tempos inicial e final. A redução do coeficiente de variação das médias dos alunos de 30,8% (tempo inicial) para 28,2% (tempo final) indica maior homogeneidade entre as respostas para as diferentes afirmativas. Analisando-se as afirmativas, 18% obtiveram respostas abaixo de 3,5 (não concordo nem discordo) no tempo inicial, e no tempo final esse percentual reduziu-se para 13,6% demonstrando maior segurança dos estudantes ao posicionarem-se em relação aos conhecimentos apresentados. Os mapas conceituais se mostraram bons instrumentos de avaliação, contudo os estudantes apresentaram dificuldades na construção dos diagramas, estabelecimento de preposições e verbos nas ligações conceituais. Apesar disso, observou-se ligeiro enriquecimento nas interligações conceituais após a realização da contextualização entre os saberes e a intervenção na comunidade. As espécies utilizadas na produção do piracuí foram Surubim (Pseudoplatystoma fasciatum) e Pirarara (Phractocephalus hemiliopterus), as quais apresentaram a seguinte composição centesimal, respectivamente: proteína 70,74 e 70,35%; lipídios totais 7,67 e 8,93%; umidade 16,0 e 15,50%; carboidratos 1,02 e 0,96%; minerais 4,57 e 4,26% e energia 356,04 e 365,64 Kcal/EB/100g. Após análise microbiológica não foi verificada contaminação nas amostras de piracuí produzidas pela comunidade antes ou após a intervenção do projeto, indicando que o procedimento artesanal resultou em produto final apto ao consumo. Os resultados indicam que a realização de oficinas pedagógicas associadas à vivência prática junto à comunidade rural contribuiu para apropriação do conhecimento de forma significativa relativo à produção de piracuí entre os alunos participantes da pesquisa e valorização do saber tradicional existente na comunidade rural (Nossa Senhora do Desterro, Parintins, AM).