Ocorrência de genes de resistência a antimicrobianos em solos de área agrícola e de reserva legal em Nova Friburgo, RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Oliveira, Camila Costa de lattes
Orientador(a): Coelho, Irene da Silva
Banca de defesa: Coelho, Irene da Silva, Coelho, Shana de Mattos de Oliveira, Rouws, Luc Felicianus Marie
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia - Ciência do Solo
Departamento: Instituto de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/10569
Resumo: A resistência antimicrobiana tem emergido globalmente como uma das maiores ameaças para saúde pública, principalmente devido ao uso generalizado de antimicrobianos em humanos e na produção animal. O uso de esterco animal proporciona benefícios para o solo, além de ser uma alternativa para a disposição deste resíduo no ambiente, uma vez que a produção animal é uma atividade expressiva do agronegócio brasileiro. Porém, pode incrementar bactérias e genes de resistência a antimicrobianos e favorecer sua disseminação para bactérias patogênicas e comensais de humano e animais. Estratégias de manejo destes resíduos, como a compostagem, são importantes ferramentas para garantir seguridade de seu uso como fertilizante. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a presença de genes de resistência a antimicrobianos em solos de cultivos agrícolas tratados com cama de aviário fresca e de reserva legal próximas às áreas agrícolas em Nova Friburgo, RJ, a fim de elucidar o papel destes ambientes como reservatório e fonte de disseminação da resistência a antimicrobianos. Foi também avaliado, o efeito do processo de compostagem da cama de aviário na prevalência de genes de resistência. Após a extração do DNA total das amostras de solo, foi realizada a detecção dos genes de resistência a β-lactâmicos, colistina e sulfonamidas (blaampC, mcr-1, sul1 e sul2, respectivamente) pela técnica de PCR (Polymerase Chain Reaction), seguida de uma análise de correlação da presença dos genes em relação aos atributos físico-químicos dos solos. A abundância relativa do gene mcr-1 foi determinada pela técnica de qPCR (Quantitative Polymerase Chain Reaction). A presença dos genes de resistência também foi avaliada nos tempos 0, 30, 60, 90 e 120 dias de compostagem da cama de aviário. Houve diferença significativa (P < 0,05) entre as proporções dos genes sul1 e sul2 nas áreas de cultivo agrícola e reserva legal, sendo prevalentes nas áreas de cultivo agrícola. O gene mcr-1 foi detectado em todas as amostras de solo. O log da abundância relativa do gene mcr-1 variou de -1,76 (1,81 x 10-² cópias de mcr-1/16S rDNA) a -3,12 (7,67 x 10-4 cópias de mcr-1/16S rDNA). O gene blaampC não foi detectado após 30 dias de compostagem. Já os genes sul1, sul2 e mcr-1 foram detectados até 120 dias de compostagem. Esses resultados reforçam a importância de estudos que visem elucidar as vias de disseminação de genes de resistência a antimicrobianos nas áreas de produção agrícola, bem como os fatores que interferem na persistência e disseminação desses genes no ambiente, a fim de subsidiar a implementação de práticas de manejo que diminuam o risco de disseminação da resistência, que constitui uma ameaça potencial à saúde pública.