Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Rocha, Verônica de França Diniz |
Orientador(a): |
Pedreira, Joice Neves Reis,
Bahia, Fabianna Marcia Maranhão |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Gonçalo Moniz
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50561
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Bactérias gram negativas multirresistentes, tais como a Klebsiella pneumoniae resistente aos carbapenêmicos e a colistina, representam um grande problema para os sistemas de saúde em todo o mundo e apresentam elevada letalidade. OBJETIVO: Avaliar a relação genética, perfil de sensibilidade antimicrobiana e mecanismos de resistência aos carbapenêmicos e à colistina em isolados de Klebsiella pneumoniae. MÉTODO: Série de casos de pacientes infectados/colonizados por cepas de Klebsiella pneumoniae resistente a carbapenêmicos e colistina (ColR-KPC) provenientes de um hospital terciário da cidade de Salvador, Bahia. No período de setembro de 2016 a janeiro de 2018 foram incluídos no estudo pacientes internados com idade igual ou superior a 18 anos. Utilizando questionário semiestruturado foram coletadas variáveis sociodemográficas e clínico-laboratoriais. Foram realizados testes fenotípicos e genotípicos em relação à resistência aos carbapenêmicos e colistina, e para verificar a disseminação dos isolados pelo hospital. RESULTADO: Foram identificadas 56 culturas de ColR-KPC pertencentes a 46 pacientes. Dados clínicos e demográficos foram obtidos de 31 pacientes. A mediana de idade foi 62, 67,7% eram homens (n=21/31), e mediana do escore de Charlson de 3. As principais comorbidades foram: hipertensão arterial sistêmica em 38,7% (n=14/31), diabetes 32,2% (n=10/31) e doença cerebrovascular em 25,8% (n=8/31). 90,6% (n=29/31) fez uso de ventilação mecânica e 93,7% (n=30/31) utilizou acesso venoso central. Dos 31 pacientes, 12 tiveram infecção por ColR-KPC e sete foram a óbito (58,4%). O uso prévio de polimixinas foi identificada em 32,2% (n=10/31) e de carbapenêmicos em 70,9% (n=22/31). Em relação aos 56 isolados, 67,8% (n=38/56) foram de swab retal, 8,9% (n=5/56) de hemoculturas, 7,1% (n=4/56) de ponta de cateter, 5,3% (n=3/56) secreção traqueal e 3,6% (n=2/56) urina. A CIM90 para colistina foi > 16 \03BCg/ml, sendo que mais da metade dos isolados (55%) tiveram a CIM de 256 \03BCg/ml. O gene blaKPC foi detectado em 92,8% dos isolados (n=52/56), blaNDM 16,0% (n=9/56) e blaGES 1,7% (n=1/56). Os genes blaOXA-48, blaVIM e blaIMP não foram detectados. A co-expressão de gene de carbapenemase foi encontrada entre blaKPC e blaNDM em 10,7%, (n=6/56), e blaKPC e blaGES em 1,7% (n=1/56). Alteração no gene mgrB foi detectado em 64,2% (n=36/56) e não-detecção em 8,9% (n=5/56). A pesquisa de mcr-1 foi negativa em todas os 56 isolados. O perfil do PFGE evidenciou perfil monoclonal em 84,7% dos isolados em diversos setores do hospital, sendo o ST-11 (CC-258) o tipo de sequência mais frequente. CONCLUSÃO: Pacientes infectados com ColR-KPC apresentaram elevada letalidade. A despeito das medidas de controle de infecção hospitalar, a transmissão horizontal parece ter contribuído para a disseminação da ColR-KPC ST-11 pelos diversos setores do hospital. Alterações/não detecção do genemgrB foram encontradas em 73,1% dos isolados, sugerindo que seja o principal mecanismo relacionado com a resistência às polimixinas neste estudo. |