Avaliação da resistência antimicrobiana e da virulência em cepas bacterianas isoladas de aves em estabelecimentos de corte e postura no estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Pimenta, Ramon Loureiro lattes
Orientador(a): Souza, Miliane Moreira Soares de
Banca de defesa: Fábio, Marcus, Bonelli, Raquel Regina, Souza, Paulo César Augusto de, Sousa, Márcio Reis Pereira de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Inovação em Agropecuária
Departamento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9818
Resumo: A utilização de antimicrobianos é uma prática muito difundida na avicultura, sendo utilizados de forma profilática, terapêutica ou como aditivos. O uso como aditivo é caracterizado pela adição de baixas doses nas rações, tal prática gera condições para a emergência de cepas bacterianas resistentes. O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento proíbe o uso das tetraciclinas, β-lactâmicos, sulfonamidas sistêmicas e sulfato de colistina como aditivos, porém, libera a utilização de forma terapêutica. O objetivo do estudo foi verificar a ocorrência de resistência aos antimicrobianos das classes dos β-lactâmicos, polimixinas e glicopeptideos em isolados de Escherichia coli, Bordetella spp., Staphylococcus spp. e Enterococcus spp. oriundos de granjas avícolas do estado do Rio de Janeiro. De acordo com a análise fenotípica e proteômica, foram obtidas 88 cepas do gênero Staphylococcus spp. sendo observado no teste de difusão em disco os seguintes perfis de resistência para estes isolados: 14% (12/88) apre-sentaram resistência apenas a OXA, 10% (9/88) apresentaram resistência a PEN e apenas 1% (1/88) a CFO, enquanto 10% (9/88) foram resistentes a OXA e PEN e 2% (2/88) resistentes a PEN, OXA e CFO. O primer mecA universal conseguiu detectar o gene mecA em 7% (6/88) das cepas de Staphyloccus spp., seguido pelo primer mec SsciuriInt e blaZ com 6% (5/88) e 1% (1/88) respectivamente. Nenhuma cepa amplificou o gene clássico mecA usando a meto-dologia descrita por Murakami et al. (1991). Ainda nesse estudo foram obtidas 107 cepas de E. coli, onde, 71% (76/107) foram resistentes ao SUT e 18% (19/107) foram produtoras de β-lactamases, sendo 58% (11/19) produtoras apenas de ESBL, 10% (2/19) produtoras apenas de AmpC enquanto 26% (5/19) foram produtoras tanto de ESBL quanto de AmpC. O gene bla-TEM foi detectado em 15% (16/107) das cepas de E. coli e em 20% (4/19) das produtoras de β-lactamases. 95% (102/107) das cepas de E. coli mostraram-se resistentes a colistina, sendo o gene mcr-1 detectado em apenas 58% (62/107), 31% das cepas foram consideras APEC. Vinte e três cepas foram identificadas como Bordetella spp. sendo 74% (17/23) B. hinzii e 26% (6/23) B. avium. No teste de difusão em disco 94% (16/17) das cepas de B. hinzii mostraram-se produtoras de β-lactamase enquanto que as cepas de B. avium foram sensíveis aos antimicrobianos testados. Foram obtidas 11 cepas do gênero Enterococcus spp. que foram sensíveis à vancomicina. Os resultados demonstram que, apesar da suspensão da utilização dos β-lactâmicos e polimixina como aditivos, elevados níveis de resistência ainda são encontrados a campo. A utilização indiscriminada da forma terapêutica, pode estar contribuindo para a circulação dos genes de resistência nas populações animais, podendo causar futuros problemas de saúde pública e sanidade avícola.