As Flores e os Frutos da luta: o significado da organização e da participação política para as Mulheres Trabalhadoras Rurais.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Jalil, Laeticia Medeiros lattes
Orientador(a): Romano, Jorge Osvaldo lattes
Banca de defesa: Romano, Jorge Osvaldo lattes, Delgado, Nelson Giordano lattes, Esmeraldo, Gema Galgani Silveira Leite lattes, Rodrigues, Mariana Leal lattes, Rocha, Betty Nogueira
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/20787
Resumo: Esta tese apresenta uma reflexão sobre o Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Sertão Central (MMTR-SC), como um novo sujeito político que reconfigura o mundo rural a partir de demandas e questionamentos específicos apresentados pelas mulheres rurais, como forma de ação coletiva. A partir da década de 1980, as mulheres rurais passam a se organizar em movimentos sociais como o MMTR-SC, que trazem à luz discussões em torno do reconhecimento destas como Trabalhadoras Rurais, categoria que passa a ser reconhecida pelo movimento sindical e, sobretudo, incorporada pelo Estado no direcionamento de ações que orientam a elaboração de políticas públicas, como aposentadoria, licença maternidade, dentre outras. O MMTR-SC ao longo de seus 30 anos de luta, desenvolve estratégias políticas diferenciadas, reafirmando o sindicato como um dos espaços de ação política para as mulheres, porém, criando novas formas de organização e mobilização, como os Grupos Produtivos, onde as mulheres rompem com o isolamento social e político. Os grupos são percebidos como o espaço da mulher, onde aprendem novas técnicas de produção e beneficiamento agrícola, artesanato, trocam experiências de vida e como um “coletivo”, elas rompem as barreiras culturais impostas e transformam não só suas realidades, mas a realidade de suas famílias e de suas comunidades. Para tal foram realizadas entrevistas com mulheres “lideranças históricas” do MMTR-SC e do Grupo Mulher Flor do Campo, acompanhamento do Grupo Produtivo em diversas atividades, revisão bibliográfica sobre a temática, análise dos documentos do movimento e observação participante durante as reuniões do Grupo e no convívio com algumas mulheres lideranças do Grupo. Assim, apresentamos o contexto do surgimento do MMTR-SC como movimento autônomo de mulheres, a construção da categoria mulher trabalhadora rural nos embates com o sindicalismo tradicional da época e o questionamento as estruturas políticas dominantes; também apresentamos os olhares diferenciados de lideranças “históricas” do MMTR-SC, entrecruzando-os com os das mulheres que participam do Grupo Produtivo Mulher Flor do Campo, o que nos permite perceber que as estratégias para atuação se modificam a partir dos contextos políticos, culturais e sociais vivenciados pelas mulheres e que o Grupo Produtivo, além de ser um espaço para geração de renda econômica, é um importante instrumento de empoderamento para as mulheres, bem como fortalece o MMTR-SC internamente. Percebe-se que a partir da organização e participação política das Mulheres Trabalhadoras Rurais no MMTR-Sertão Central e no Grupo Produtivo Mulher Flor do Campo, elas ressignificam o espaço público, questionam o local da política do local e a política do lugar (trazendo novas demandas e questionando a ordem existente), o que contribui para a democratização do meio rural brasileiro.