Influência do enxerto omental livre na cicatrização de feridas cutâneas experimentais em coelhos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Fernandes, Maria Eduarda dos Santos Lopes lattes
Orientador(a): Silva, Marta Fernanda Albuquerque da lattes
Banca de defesa: Silva, Marta Fernanda Albuquerque da, Barros, Felipe Farias Pereira da Câmara, Carvalho e Suzano, Sara Maria de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14073
Resumo: Cicatrização é a combinação de eventos físicos, químicos e celulares que tem início após o trauma e é constituída por uma cadeia contínua de fases que se sobrepõe para restabelecer a continuidade do tecido lesionado. Falhas ou atrasos nessas fases resultam em feridas crônicas, sendo um desafio na rotina clínica veterinária. Nesse sentido, tem-se buscado cada vez mais alternativas terapêuticas eficazes que auxiliem no processo cicatricial. Em virtude das suas propriedades angiogênicas, riqueza vascular e presença de fatores de crescimento, o omento vem sendo amplamente estudado e utilizado no auxílio à cicatrização, não sendo encontrados estudos da utilização dos enxertos omentais livres sem microanastomose vascular (LSMAV) como auxiliar no reparo cutâneo. Desta forma, nesse estudo objetiva-se avaliar a influência do enxerto omental LSMAV na cicatrização cutânea de feridas experimentalmente produzidas em coelhos. Utilizou-se 24 coelhos provenientes do Laboratório de Quimioterapia Experimental em Parasitologia Veterinária da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro divididos em Grupo Controle (GC) e Omento (GO), submetidos à celiotomia longitudinal mediana para coleta de fragmento omental de 9cm2. Após a celiorrafia foi produzida em todos os animais ferida linear de 3cm na linha média dorsal à altura da borda caudal das escápulas. Aprofundou-se a incisão até a fáscia toracodorsal em ambos os grupos, porém nos animais do GO o fragmento omental coletado foi fixado no subcutâneo com seis pontos simples interrompidos, seguindo-se a dermorafia com padrão intradérmico em ambos os grupos. As feridas experimentais foram avaliadas diariamente no que diz respeito à coloração, presença de crosta, tecido desvitalizado, secreção, resistência e medidas do aumento de volume, caso houvesse. Obteve-se imagens termográficas das feridas experimentais nos dias 0 (pré-operatório), 3, 7 e 14 de pós-operatório. Ainda, cada um dos grupos foi dividido em dois subgrupos com 6 animais cada, dos quais obteve-se material para avaliação anatomopatológica (macroscópica e microscópica) no 7º e 14º dias de pós-operatório. Clinicamente destacou-se a “ativação” do omento, observada pelo aumento de volume de consistência firme a partir do segundo dia de pós-operatório, com diminuição do edema e manutenção na coloração rósea ao longo dos momentos de avaliação. A avaliação anatomopatológica macroscópica evidenciou intensa reação orgânica (congestão e hemorragia) próximo ao enxerto no dia 7, com posterior abrandamento das respostas metabólicas, e sobretudo neovascularização em direção ao enxerto omental, indicando sua viabilidade. A microscopia corroborou os dados da avaliação macroscópica, sendo possível observar maior neovascularização na derme profunda do GO já no sétimo dia de pós-operatório, e mais quantidade de células polimorfonucleares e mononucleares, bem como aumentada presença de colágeno (sem diferença estatística) na derme profunda e superficial, indicando acelerado processo de remodelamento e reparo tecidual. A termografia captou menor temperatura cutânea na ferida experimental já no sétimo dia de avaliação, que juntamente à maior produção de colágeno na microscopia, ainda que sem diferença estatística, pode estar relacionada a um processo de fibroplasia mais acelerado no GO. Conclui-se que o enxerto omental LSMAV influenciou positivamente a cicatrização cutânea de feridas experimentais em coelhos, mantendo-se viável e sem sinais deletérios à região implantada.