A relação entre o sentimento de pertencimento e a educação ambiental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Débora Gisele Graúdo dos lattes
Orientador(a): Guimarães, Mauro lattes
Banca de defesa: Fonseca, Lana Cláudia de Souza lattes, Pinto, Vicente Paulo dos Santos lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação, Contextos Contemporâneos e Demandas Populares
Departamento: Instituto Multidisciplinar de Nova Iguaçu
Instituto de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9930
Resumo: A atual crise socioambiental é evidente. Vivemos uma crise civilizatória em decorrência do modelo de desenvolvimento da sociedade moderna. Com a mercantilização da vida, perspectivas dualistas, como ser humano versus natureza e razão versus emoção, foram intensificadas. Nesse contexto, no enfrentamento da problemática socioambiental torna-se fundamental a ruptura com os paradigmas disjuntivos para que novas relações (consigo mesmo, com o outro e com o universo) possam ser estabelecidas. Por tudo isso, o presente estudo, busca identificar, compreender e problematizar a relação entre o sentimento de pertencimento e o processo formativo de Educação Ambiental. Alguns questionamentos nos instigaram nesta pesquisa, como: será que a proximidade de uma escola com uma Unidade de Conservação é um ambiente propício para práticas pedagógicas diferenciadas, de reencontro com o natural? Ou será que é usado apenas como espaço de contemplação de um natural sem a presença humana? Os atores da pesquisa são quatro professores que possuem afinidade com a temática ambiental, de diferentes áreas do conhecimento, e atuam em uma escola pública do entorno da Unidade de Conservação de Tinguá, localizada no Município de Nova Iguaçu, no Estado do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados, através da observação participante no espaço escolar e das narrativas autobiográficas dos professores participantes, e analisados seguindo o Método de Interpretação de Sentidos, de Gomes et al. (2005). A partir da análise dos dados, destacamos elementos que nos ajudam a pensar e repensar os princípios formativos presentes na “ComVivência Pedagógica”, são eles: a postura conectiva; a intencionalidade emancipatória e transformadora; a promoção da reflexão crítica; a indignação ética e a desestabilização criativa. Apoiado nos nossos referenciais teóricos, nos estudos e publicações anteriores do nosso grupo de pesquisa e nas interpretações resultantes deste trabalho, o sentimento de pertencimento é compreendido como um elo conectivo que nos liga ao todo, capaz de potencializar a autonomia e a coletividade necessária para a construção da identidade (o eu), a construção da alteridade (o outro) e as interações de relações múltiplas (o universo). Pertencer a partir de uma perspectiva complexa, autopoiética, constante e dialética contrapõe o pertencer individualista e reducionista enraizado na sociedade moderna. O sentimento de pertencimento possibilita a emoção do pertencer (o domínio de ação). A emoção do pertencer é inerente a nossa essência e pode ser aflorada a partir de atitudes básicas que redirecionem de forma radical nossos sentidos existenciais. O exercício da “emoção do pertencer”, que acredito ser fundamental na desconstrução de sentidos hegemônicos da modernidade, foi apresentado como um novo princípio formativo. As reflexões deste estudo representam um olhar entre muitos olhares possíveis. Pensar a relação entre o sentimento de pertencimento e o processo formativo de Educação Ambiental nos permitiu pensar em práticas educativas de transformação social, pautadas em emoções que constituem a identidade do nosso “ser” humano e natural.