Adoles(ser) e perten(ser): o sofrimento emocional e sua relação com o sentimento de pertencimento escolar em adolescentes
Ano de defesa: | 2025 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://hdl.handle.net/11449/260135 http://lattes.cnpq.br/5380815463296970 https://orcid.org/0000-0003-3430-5585 |
Resumo: | Pesquisas nacionais e internacionais indicam o aumento do sofrimento emocional entre adolescentes. Enquanto isso, a literatura destaca a importância do sentimento de pertencimento para o bem-estar de adolescentes, cuja identidade pessoal se fortalece pela inserção em grupos sociais. As pesquisas apontam as dificuldades das escolas em criar ambientes onde os estudantes se sintam pertencentes. Nossa pesquisa investigou a relação entre o sentimento de pertencimento escolar e a frequência de sofrimento emocional entre adolescentes brasileiros. Assim, a pergunta que fizemos enquanto problema de pesquisa foi: haverá uma relação entre a percepção de sentimento de pertencimento escolar e a frequência de sofrimento emocional manifestada por adolescentes de escolas brasileiras? Para responder a esse questionamento traçamos os seguintes objetivos primários: 1) investigar a frequência de sofrimento emocional autopercebida por adolescentes; 2) investigar o sentimento de pertencimento escolar autopercebido por adolescentes; 3) verificar se existe uma relação entre o sentimento de pertencimento escolar e a frequência do sofrimento emocional autopercebidos por adolescentes. E objetivos secundários: 1) verificar se existe diferença entre a frequência de sofrimento emocional e o sentimento de pertencimento escolar autopercebidos por adolescentes que autodeclaram diferentes cor/raça; 2) verificar se existe diferença entre a frequência de sofrimento emocional e o sentimento de pertencimento escolar autopercebidos por adolescentes que autodeclaram diferentes gêneros. Para isso, nossa pesquisa foi quantitativa, exploratória, descritiva e correlacional. Participaram estudantes escolhidas/escolhidos por conveniência, sendo 3.276 adolescentes do 7º ao 9º ano dos Anos Finais do Ensino Fundamental de escolas públicas e particulares brasileiras. O instrumento utilizado foi um questionário disponibilizado online, composto por perguntas fechadas divididas em três conjuntos de itens acerca do perfil das/dos participantes, sobre a percepção do sentimento de pertencimento escolar e, por fim, sobre a frequência de sofrimento emocional. Os resultados encontrados indicam um escore médio de sofrimento emocional moderado (24,62 pontos), com alguns casos extremos, próximos a 100 indicando que deve haver uma preocupação com o bem-estar de adolescentes em sofrimento. Sobre o sentimento de pertencimento, tínhamos uma preocupação preliminar por saber se o contexto seria determinante para definir as relações que encontraríamos; a análise multinível demonstrou que o tipo de escola explica pouca da variação no sentimento de pertencimento evidenciando que este pode ser constructo generalizável, o que possibilitou a continuidade das relações. O escore médio de pertencimento escolar foi alto (69,81 pontos). Constatou-se ainda que a percepção de pertencimento escolar está negativamente correlacionada ao sofrimento emocional, indicando assim que quanto maior o sentimento de pertencimento, menor a frequência de sofrimento emocional, confirmando nossa hipótese inicial. Adolescentes autodeclarados indígenas e não-cisgênero (trans e não-binários) relataram maior sofrimento emocional e menor sentimento de pertencimento, com destaque para as mulheres trans. Estudantes de escolas privadas apresentaram, em média, maior percepção de pertencimento à escola, mas também apresentaram casos mais extremos de ausência desse sentimento. Nossos resultados reforçam a necessidade da escola como espaço de bem-estar emocional para avançarmos na construção de uma cultura de paz. |