Extensão de retalhos omentais em gatos (Felis catus) para aplicação em feridas distais dos apêndices locomotores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Moura, Ana Paula dos Reis lattes
Orientador(a): Silva, Marta Fernanda Albuquerque da
Banca de defesa: Silva, Marta Fernanda Albuquerque da, Corgozinho, Kátia Barão, Ferreira, Maria de Lourdes Gonçalves
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/11983
Resumo: Feridas que não cicatrizam em gatos são um grande desafio na medicina veterinária posto que, na maioria dos casos, inúmeras tentativas de tratamento já foram feitas sem sucesso. Sabe-se que a espécie felina possui particularidades no processo de reparo que tornam sua cicatrização mais lenta, comparada com a dos cães. Algumas formas de reconstrução podem ser empregadas para auxiliar o processo cicatricial, dentre elas o retalho de omento maior. Devido às suas conhecidas propriedades angiogênicas e imunogênicas, serve como auxílio no tratamento de feridas que não cicatrizam. O presente estudo teve por objetivo verificar se os retalhos de omento em gatos alcançam a região distal dos apêndices locomotores de gatos e correlacionar as medidas deste enxerto com as medidas corporais dos animais. Foram utilizados 12 cadáveres felinos, cujas medidas foram avaliadas. O peso variou de 2 Kg a 3,9 Kg, (média 3,08 Kg, DP 0,6978, CV 22,6), comprimento do ombro à tuberosidade isquiática mostrou valores de 24,5 cm a 30 cm (média 26,16 cm, DP 2,2495, CV 8,6) e altura da cernelha de 23 cm a 32 cm (média 27, 87 cm, DP 3,3311, CV 11,9). Após celiotomia mediana e exposição do estômago, do omento e do baço, a largura e o comprimento omentais foram avaliados. O comprimento foi medido do meio da curvatura maior do estômago até a extremidade do omento; a largura foi medida 4 cm caudal à curvatura maior do estômago; comprimento e largura do omento íntegro variaram de 9 cm a 17 cm (média 14,8 cm, DP 2,4630, CV 16,6) e de 13 cm a 18,5 cm (média 15,65 cm, DP 2,0145, CV 12,9) respectivamente. Em seguida, o folheto dorsal omental foi desinserido das suas ligações ao pâncreas e à porção final do baço e o omento foi estendido dorsalmente, o comprimento e a largura foram medidas de maneira semelhante à etapa anterior. Após a extensão dorsal o comprimento do omento variou de 15,5 cm a 25,5 cm (média 22,58 cm, DP 3,0063, CV 13,3) e a largura de 11 cm a 18,5 cm (média 16,16 cm, DP 2,6571, CV 16,4). Posteriormente foi produzido o retalho omental em “L” invertido, cujo comprimento foi medido no mesmo local das etapas anteriores e a largura na extremidade do retalho. Comprimento e largura após a confecção do retalho variaram de 25,5 cm a 43 cm (média 37,29 cm, DP 4,9838, CV 13,4) e de 6,5 cm a 12,5 cm (média 10,08 cm, DP 2,0207, CV 20,0), respectivamente. Para avaliação do alcance do retalho, o mesmo foi recolocado na cavidade peritoneal, exteriorizado através de incisão na parede abdominal e tunelizado pelo tecido subcutâneo até o membro torácico ou pélvico. A região distal dos apêndices locomotores foi alcançada em 91,6% dos casos e em 58,3% dos animais houve alcance com excedente de tecido. Conclui-se que o retalho omental em “L” invertido, conduzido através de tunelização subcutânea, alcança as extremidades distais dos apêndices locomotores da grande maioria dos gatos e que, quanto menor o peso do animal, menor o comprimento do retalho.