Ensino de coesão referencial no 9º ano do Ensino Fundamental a partir do objeto direto anafórico de terceira pessoa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Cabral, Erick Augusto lattes
Orientador(a): Freire, Gilson Costa
Banca de defesa: Freire, Gilson Costa, Averbug, Mayra Cristina Guimarães, Machado, Mônica de Toledo Piza Costa, Coelho, Fábio André Cardoso, Santos, Ângela Marina Bravin dos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Instituto de Ciências Humanas e Sociais
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/15394
Resumo: Segundo pesquisas variacionistas (cf. DUARTE, 1989; AVERBUG, 1998, 2000, 2007; FREIRE, 2000; 2005; 2011), as estratégias que aparecem no português do Brasil em lugar do clítico acusativo (pronome átono) para representação do objeto direto anafórico de terceira pessoa são o pronome nominativo (pronome reto), o sintagma nominal anafórico e o objeto nulo (categoria vazia). Assim, esta pesquisa, baseada nos pressupostos teórico-metodológicos da Gramática do Texto e da Sociolinguística Variacionista, tem por objetivo investigar a frequência das variantes supracitadas na escrita de alunos do 9º ano do EF num contínuo oralidade-letramento (cf. BORTONI-RICARDO, 2004), a fim de verificar se a escolarização exerce ou não efeito sobre a escrita dos alunos, bem como levar esses mesmos alunos a perceber a pertinência de cada uma das variantes usadas na realização da variável em eventos de oralidade ou de letramento, de maneira que possam empregar, em diferentes contextos de uso da língua, as variantes candidatas à representação do objeto direto anafórico de terceira pessoa. Dessa forma, foram selecionados três gêneros, organizados ao longo do referido contínuo: histórias em quadrinhos (HQs), representativas de textos mais orais; crônicas, consideradas textos intermediários nessa escala; reportagens, textos tidos como representantes da cultura de letramento. Para alcançar os objetivos desta pesquisa, foi elaborada uma sequência didática, que permitiu trabalhar o uso das variantes em textos dos gêneros selecionados, desde a diagnose até a produção final. Os resultados mostraram, por um lado, que a variante clítico acusativo não faz parte da gramática natural dos alunos, sendo resultado de um processo de escolarização; por outro, que a variante pronome lexical ainda é bem presente na escrita de estudantes para representação do objeto direto anafórico de terceira pessoa, mesmo em gêneros representativos da cultura letrada como a reportagem, o que sinaliza a necessidade de um trabalho constante da escola no sentido de promover o processo de letramento dos alunos, especialmente no que diz respeito ao manejo de estruturas linguísticas típicas das variedades urbanas de prestígio.