\"O mesmo? Que mesmo? Ah, é mesmo...\": a dinamicidade linguística da construção referencial o mesmo na língua portuguesa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Oliveira, Anna Karolina Miranda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-15052013-090641/
Resumo: Com origem funcionalista, mas buscando por novos diálogos entre as teorias cognitivistas de diversas áreas do conhecimento, como a Biologia, a Filosofia e a Psicologia, esta pesquisa toma como alvo de interesse primário o comportamento linguístico diacrônico da construção o mesmo em língua portuguesa, considerando os processos de mudança por que vem passando ao longo dos séculos, desde sua origem no latim. Questionamentos decorrentes de um percurso de dois anos de análise de dados sincrônicos e de dados de dossiês investigativos do século XX conduziram-nos à necessidade de uma referendação histórica de maior fôlego de caráter diacrônico, com amostras do século XIII ao XXI. Também alguns achados nessas pesquisas anteriores (OLIVEIRA & CACCIAGUERRA, 2009; OLIVEIRA, 2010; OLIVEIRA, 2011) providenciaram evidências sobre a atuação de forças cognitivas atuantes na mudança dos graus referencialidade carregados pelos variados padrões funcionais dessa construção. Este trabalho, por conseguinte, visa ao estudo diacrônico do processo de gramaticalização da construção referenciadora o mesmo, cujo continuum unidirecional de mudança é posto em paralelo com os graus de referencialidade dos padrões funcionais com vistas a verificar possíveis influências mútuas entre os dois processos cognitivos. Além disso, especial atenção é voltada para o padrão pronominal da construção o mesmo, cujo uso é alvo de discordância entre os falantes, pois por alguns é considerada uma maneira culta e formal de fazer referência, enquanto, para outros, trata-se de uma construção deselegante. Com o intuito de verificar se há gramaticalização em processo, os dados são analisados com base nos métodos postulados por Hopper (1991), Heine, Claudi e Hünnemeyer (1991), Heine e Kuteva (2002) e Bybee (2007), cujas teorias são associadas a fim de que obtenhamos resultados que nos sinalizem os estágios de gramaticalização por que passa a construção em estudo, bem como direcionem a análise para o entendimento do comportamento desse universal linguístico ao longo das categorias cognitivas. Sobre referenciação, buscamos as teorias de Koch (2001) e de Marcuschi (2006), além de propor uma discussão sobre espaços mentais (FAUCONNIER, 1994) para que, enfim, associássemos cognitivamente gramaticalização e referenciação.