Contribuição ao Diagnóstico Clínico da Disfunção Cognitiva Canina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Pantoja, Liliane Narciso lattes
Orientador(a): Pereira, João Telhado lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária (Patologia e Ciências Clínicas)
Departamento: Instituto de Veterinária
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14279
Resumo: O aumento na expectativa de vida dos cães de companhia vem trazendo novos desafios à medicina veterinária. Dentre eles, encontra-se a dificuldade na diferenciação do envelhecimento normal e patológico. Uma das principais alterações comportamentais encontrada em cães idosos e associada a um envelhecimento patológico consiste na disfunção cognitiva canina (DCC), decorrente de alterações neurodegenerativas similares às encontradas na doença de Alzheimer (DA) em humanos, e caracterizada por alterações na orientação, interação social-ambiental, ciclo de sono-vigília, treinamento higiênico e outras atividades realizadas pelo cão. Há grande dificuldade no diagnóstico da DCC, uma vez que não há marcadores biológicos nem testes considerados padrão ouro, o mesmo ocorrendo em relação à DA. Com isso, há grande divergência entre a prevalência de casos de DCC relatada por diferentes autores e, até o presente, não foram encontrados estudos publicados sobre este assunto na literatura brasileira. Por isso, o presente trabalho buscou desenvolver um questionário de simples aplicação clínica para diagnóstico sintomatológico de DCC para estimativa do número de casos em uma amostra de cães idosos, correlacionando os resultados obtidos com a escala DCARI (Distúrbios Cognitivos e Afetivos Relacionados à Idade), já previamente submetida a uma correlação entre seus resultados e achados histopatológicos. Além disso, buscou-se estudar a possível influência de diversos fatores na ocorrência de sinais de DCC, o quanto os sinais de DCC atrapalham na convivência dos cães com seus proprietários e o quanto estes estão dispostos a tratarem seus animais. Houve correlação significativa entre os resultados dos dois questionários. Houve 37,66% de casos sugestivos de DCC na amostra de 77 cães idosos incluídos no estudo. Os fatores significativamente associados à ocorrência de sinais de DCC foram: aumento da idade, ocorrência de doenças concomitantes, convivência com outros animais na mesma casa (incluindo cães) e castração em machos. A percepção dos proprietários do quanto os sinais de DCC atrapalham na convivência com os cães foi variável, mas a maioria deles mostrou-se disposta a tratar os cães, mesmo que por toda a vida do animal. O questionário elaborado revelou-se de fácil aplicação e capaz de fornecer informações relevantes para o diagnóstico presuntivo de DCC. O percentual de cães afetados, o relato de diversos proprietários de que os sinais de DCC atrapalham na convivência com seus cães e sua disposição em tratá-los ressaltam a importância da conscientização de proprietários e veterinários para a ocorrência desta condição de envelhecimento patológica e a necessidade da buscar de mais informações acerca deste assunto, através de estudos mais aprofundados.